A servidora Noíze Pereira da Silva, contratada pelo gabinete do vereador Marcelo Bussiki (PSB), não estaria cumprindo expediente na Câmara de Vereadores. De acordo com o Portal da Transparência da Câmara, a servidora recebe um salário de R$ 4 mil. A denúncia foi feita pelo repórter Arthur Garcia, do Programa do Pop, da TV Cidade Verde.

A servidora é mãe de um “amigo pessoal” do vereador. Na última semana, a reportagem do programa fez contato por telefone com o gabinete de Bussiki. Uma assessora, que se identificou como Raquel, afirmou que Noíze Pereira teria “dado uma saidinha” e questionou se o repórter gostaria de deixar um recado. A assessora não soube informar o horário de retorno de Noíze ao local de trabalho.

Em seguida, a reportagem do programa foi até a casa da servidora. No local, Noíze atendeu ao portão e confirmou que trabalha na Câmara, afirmando que compareceria ao local de trabalho durante a tarde. A servidora comissionada afirmou que não tinha ido à Câmara pela manhã, desmentindo a fala da assessora que atendeu à ligação feita anteriormente.

Após o questionamento, Noíze deu as costas à reportagem e retornou ao interior da residência. As imagens mostram a senhora de 69 anos de idade falando ao telefone.

Em entrevista, o vereador Marcelo Bussiki afirmou que a servidora trabalha em seu gabinete no período da tarde com “requerimentos e processos internos”.

“Ela trabalha no período da tarde e eu vou estar verificando com o chefe de gabinete essa informação que você traz pra gente [sobre ela ser uma servidora fantasma], porquê quem controla o ponto dos servidores é o chefe de gabinete”, disse o vereador. Bussiki se disse surpreso e afirmou que iria apurar a situação.

O vereador confirmou que Noíze Pereira é mãe do ouvidor da prefeitura de Cuiabá Jairo Rocha. Marcelo Bussiki afirmou que trabalhou anteriormente com Jairo na Ouvidoria e que mantém um relacionamento pessoal com o ouvidor.

Noíze é servidora aposentada do Estado, tendo trabalhado na Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra). “Ela pode trabalhar em cargos comissionados, não há impedimento nenhum por ela ser aposentada”, disse Bussiki.

Outro lado

A assessoria de imprensa do vereador enviou nota à Redação, em que ele nega a denúncia. Confira:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Em relação à reportagem veiculada no Programa Pop Show desta segunda-feira (19), tenho a esclarecer o que segue:

1. É inverídica a informação de que a servidora Noize Pereira da Silva não comparece ou não presta serviço em meu gabinete. Noize foi nomeada em janeiro de 2018 e há três meses presta serviço de assessoria parlamentar, executando, entre outros, o trabalho de formulação de requerimentos e indicações voltados para a área de obras públicas;

2. Trata-se de uma servidora aposentada recentemente pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, onde trabalhou por 32 anos, com notório saber na área de fiscalização e gestão pública – tendo inclusive pós-graduação em gestão pública com ênfase em projetos estratégicos e auditoria e controladoria no setor público;

3. Com exceção do modo atabalhoado como foi produzida e o teor extremamente preconceituoso de seu repórter, ao concluir que uma pessoa idosa não é capaz de continuar no mercado de trabalho, a reportagem pode servir de alerta para que nós, vereadores da Câmara de Cuiabá, implementemos medidas para controlar mais de perto o rigoroso cumprimento do horário de trabalho de todos os servidores. Em virtude disso, anuncio desde já que vou implementar em meu gabinete o ponto eletrônico biométrico – e vou  propor também que os demais vereadores façam o mesmo;

4. Todos os que acompanham meu mandato sabem que os valores da ética, da legalidade e da moralidade norteiam todas as minhas ações, mesmo antes de me tornar vereador de Cuiabá. Como controlador-geral do Município, na gestão do prefeito Mauro Mendes, eu implantei a Lei da Ficha Limpa e o Portal da Transparência. Já como vereador, propus a Emenda da Moralidade na Câmara de Cuiabá, no ano passado. 

5. Tenho a consciência de que essa minha postura fere inúmeros interesses outros, inconfessáveis, sobretudo desde que passei a liderar a tão necessária CPI do Paletó. Ao questionar, fiscalizar e exigir dos agentes públicos que atuem dentro da legalidade e da ética, sou e continuarei a ser alvo de inúmeras ameaças e denúncias infundadas. Mas continuarei a respeitar com dignidade a missão que me foi dada por 3.583 eleitores de Cuiabá.

MARCELO BUSSIKI
VEREADOR

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