O Mosteiro de Santa Caterina em Perúgia, Itália, corre o risco de ser fechado. De acordo Madre Caterina, a abadessa do convento beneditino, isso se dará porque as freiras se opuseram à vacinação contra Covid-19. As informações são do Nuova Bussola Quotidiana.
Essa fonte afirma que as especulações sobre o fechamento do mosteiro de clausura surgiram após uma inspeção apostólica inesperada do Vaticano. Entretanto, a arquidiocese local disse à Catholic News Agency (CNA) que não sabia sobre esse possível fechamento.
A abadessa
Na entrevista, Madre Caterina ressaltou que o único motivo para o fechamento seria a oposição das cinco freiras residentes à vacinação contra Covid-19.
De acordo com a abadessa, ela soube da visita inesperada pelo cardeal Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perugia-Città della Pieve, mas apenas por tê-lo procurado para que assinasse um documento.
O cardeal foi apenas informado da inspeção apostólica e disse desconhecer seus motivos. A responsável pela visita foi Madre Cristina Ianni das Clarissas de Orvieto.
O Mosteiro de Santa Caterina
Inicialmente dedicado a Santa Giuliana (Juliana da Nicomédia), o Mosteiro de Santa Caterina foi sede das Clarissas no século XIII. Em 1649, com a transferência das monjas beneditinas de Santa Caterina Vecchia, o edifício histórico assumiu seu atual nome.
Após a unificação da Itália, no século XIX, uma parte do convento foi redesenhada. Já serviu como fábrica de fósforos e hoje abriga os escritórios da Superintendência do Patrimônio Arquitetônico.
Em 2016, o Papa Francisco, na constituição apostólica sobre a vida contemplativa feminina Vultum Dei quaerere, incentivou pequenos mosteiros a se fecharem ou a se associarem a outros maiores. Contudo, na opinião de Madre Caterina, o reduzido número de freiras não seria o motivo para o possível fechamento.
Resposta da Arquidiocese de Perugia-Città della Pieve
Em nota, a arquidiocese de Perugia-Città della Pieve negou “insinuações jornalísticas” de que as freiras estavam sendo transferidas por se oporem à vacinação contra Covid-19. Observou, também, que nada se podia saber ao certo “sobre o iminente encerramento do mosteiro”.
A arquidiocese esclareceu que o Cardeal Gualtiero Bassetti nunca interveio nas questões internas do mosteiro nem mesmo nas questões relacionadas à vacinação das freiras.
Tratando-se de um mosteiro da Ordem Beneditina, fica a cargo da própria Ordem o possível destino do convento. Por isso, “qualquer envolvimento da arquidiocese nesse sentido é desprovido de fundamento”, diz a nota.
“Como é preciosa a presença monástica para a vida da Igreja e como ela sempre procurou acompanhá-la com paternidade e respeito e realçá-la em toda a sua riqueza carismática. Por isso, só pode viver este momento com a dor que, ao invés de construir a unidade e a comunhão eclesial, a fere com notícias e insinuações que não correspondem à realidade dos fatos”, concluiu a arquidiocese.