Internacional

Freira colombiana sequestrada por muçulmanos no Mali há 4 anos é recebida pelo Papa Francisco

Sequestradores queriam levar a freira mais nova, mas Irmã Glória, em ato heroico, se ofereceu para ir em seu lugar

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Freira colombiana sequestrada por muçulmanos no Mali há 4 anos é recebida pelo Papa Francisco

Após quatro anos mantida refém por muçulmanos no Mali, uma freira colombiana foi libertada neste sábado (9) e recebida pelo Papa Francisco no dia seguinte. As informações são da Catholic News Agency (CNA).

Segundo o site, o encontro ocorreu na Basílica de São Pedro, antes de uma Missa. A Irmã Gloria Cecilia Narváez Argoti, da Congregação das Irmãs Franciscanas de Maria Imaculada, foi sequestrada no sul do país africano em 2017.

A Presidência do Mali anunciou, no Twitter, que a religiosa foi libertada após quatro anos e oito meses de esforços combinados de diversos serviços de inteligência. O Cardeal Jean Zerbo, de Bamako, acompanhou a franciscana em encontro com o presidente interino Assimi Goïta. “Oramos muito por sua libertação. Agradeço às autoridades do Mali e a outras pessoas boas que tornaram isso possível ”, disse o cardeal à AFP.

O sequestro

De acordo com a CNA, a irmã Gloria foi sequestrada por homens armados no dia 07 de fevereiro de 2017. Esse ato ocorreu em Karangasso, cerca de 90 milhas ao sul da cidade de San, próximo à fronteira com Burkina Faso.

Os criminosos exigiram que ela entregasse as chaves da ambulância da comunidade em que trabalhava. Posteriormente, o veículo foi encontrado abandonado. Três outras irmãs franciscanas estavam presentes em sua casa naquele momento, mas conseguiram escapar. Os sequestradores queriam levar a freira mais nova, mas Irmã Gloria, em ato heroico, se ofereceu para ir em seu lugar.

Prova de Vida

A CNA informa que, no início deste ano, a religiosa foi autorizada a escrever um bilhete para provar que ainda estava viva. A mensagem enviada a seu irmão Edgar Narváez Argoti por meio da Cruz Vermelha continha as seguintes palavras: “Envio a todos meus mais calorosos cumprimentos. Que o bom Deus o abençoe e lhe dê saúde. Já sou prisioneira há quatro anos e agora estou com um novo grupo”.

A freira conseguiu identificar esse novo grupo que a mantinha refém: era o Jama’at Nasr al-Islam wal Muslimin, organização islâmica presente na África Ocidental e no Magrebe.

Ainda em sua mensagem, Irmã Gloria rogou a todos que orassem por ela. “Que Deus abençoe a todos. Tenho esperança de que Deus me ajudará a recuperar minha liberdade”, continuou a franciscana.

Em setembro de 2020, a mãe da freira colombiana morreu aos 87 anos enquanto esperava a libertação de sua filha, segundo a Agência Fides.

A situação no Mali

Irmã Gloria serviu no Mali por 12 anos antes de seu sequestro, de acordo com a CNA. Sua comunidade administra um grande centro de saúde no país, além de um lar para cerca de 30 órfãos.

Segundo essa fonte, a nação africana está lutando contra uma insurgência islâmica que começou no norte, em 2012, e se espalhou para Burkina Faso e Níger, com um aumento no número de sequestros.

Goïta, líder do país, já liderou dois golpes de Estado em um período de nove meses. Após o golpe de 24 de maio, o Tribunal Constitucional do Mali o nomeou como presidente de transição até que se realizassem eleições. Líderes católicos do local criticaram tal medida, dizendo se tratar de uma “tomada de poder fora do processo legal”.

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