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Francisco Élcio: “o gestor precisa tomar um ‘banho de realidade'”

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Francisco Élcio: “o gestor precisa tomar um ‘banho de realidade'”
(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

Com a experiência de quem possui 24 anos de Polícia Rodoviária Federal (PRF), Francisco Élcio Lima Lucena, foi nomeado nesta semana como superintendente da instituição em Mato Grosso. Seu primeiro desafio é comandar a Operação Carnaval, que teve início na sexta-feira (1º). Mas a longo prazo, tem a difícil missão de fiscalizar mais de 4 mil quilômetros de rodovias federais e 1 mil quilômetros de fronteira no âmbito estadual.

Grande parte de sua atuação dentro da PRF foi na região Sul do Estado, onde atuou na parte operacional, ou seja, nas estradas mato-grossenses. Mas o grande destaque veio por sua atuação durante a Greve dos Caminhoneiros, que ocorreu entre maio e junho do ano passado. Na ocasião, Francisco coordenou junto com a Polícia e a Justiça Federal, o bloqueio na BR-364, no trecho próximo à Comodoro.

O êxito da operação levou o policial a assumir o Setor de Operações da PRF no estado. Com a troca do Governo Federal e a nomeação de Sérgio Moro como ministro da Justiça e Segurança Pública, Francisco foi convidado pelo diretor da instituição para assumir então a superintendência regional.

Confira as cinco perguntas que o policial rodoviário federal respondeu com exclusividade para o LIVRE:

1 – Qual o tipo de infração mais comum nas estradas de Mato Grosso?

Ultrapassagem e excesso de velocidade.

2 – É fácil identificar um veículo e um motorista que estão transportando drogas?

É um pouco difícil. Nós temos uma preocupação com a reação comportamental. A pessoa fica nervosa, a pupila dilata, fica ansiosa, falante, muitas vezes fala coisas que não perguntamos. Ou ele fica calado, ou agressivo. Essa variação de humor que nos indica se existe um problema ou não.

3 – Qual foi a situação mais inusitada que você presenciou nesses 24 anos de trabalho?

Eu presenciei muitas situações engraçadas. Uma delas foi estarmos em um acidente, com todo o aparato da PRF, viaturas ligadas e um motorista decidiu pegar um desvio e acabou provocando outro acidente. Quando chegamos para socorrer, essa pessoa começou a passar mal e desmaiou. Depois que se recuperou, o motorista disse que pensou que fosse uma fiscalização. Muitas vezes esse tipo de coisa acontece pelo simples fato de o condutor estar com o documento atrasado. É uma situação preocupante no momento, mas acaba sendo hilário depois.

4 – Irrita ser chamado de “seo polícia”?

Não, isso é tranquilo. “Seo guarda”, “seo polícia” é uma forma que as pessoas mais simples têm de se aproximar. Como policial e servidor público, a gente não pode criar ritos e formalidades. Então qualquer codinome que seja tratado de forma respeitosa não me irrita, me enaltece muito.

5 – Policial rodoviário também ultrapassa o limite de velocidade de vez em quando?

Não tenha dúvida disso! O ano passado tive que pagar quatro multas por excesso de velocidade. Somos seres humanos, somos falhos e constantemente temos que fazer correções.

Saidera…vai sentir falta da atuação “nas estradas” nesse período que se inicia como superintendente?

Graças a Deus eu tenho uma experiência administrativa operacional e de vez em quando a gente tem que tomar um “banho de humildade”, que é muito importante. O gestor precisa estar lá na base para dialogar, “tomar um banho de realidade”, para que ao tomar uma decisão seja humana e consciente. Eu preciso fazer bem, mas também preciso fazer o bem, isso que é importante.

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