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Fotógrafo mapeia cachoeiras a se conhecer em Chapada

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Fotógrafo mapeia cachoeiras a se conhecer em Chapada

Jean Nunes

Cachoeira 7 de Setembro, Chapada dos Guimarães

 

A vida na região metropolitana de Cuiabá entre os meses de agosto a outubro tende a ser um tanto mais desconfortável. Além do forte calor que acompanha a região praticamente todo o ano, o período é afetado pela falta de chuvas.

O clima seco, aliado à fumaça das queimadas e poluição, e às altas temperaturas, deixam a cidade com uma atmosfera hostil, mesmo para quem convive com a situação há bastante tempo.

Para a sorte de quem habita essas terras, um refúgio de ar mais respirável e natureza exuberante desnuda-se a 65 quilômetros da capital por meio de uma estrada-parque – por onde já se é possível contemplar a beleza de paredões anciões, ou se refrescar nas muitas opções de balneários pelo caminho.

Nas terras altas de Chapada dos Guimarães uma infinidade de piscinas naturais e cachoeiras deslumbrantes serve de deleite para quem permite-se apreciá-las.

Conexão

Natural do Paraná, o fotógrafo, produtor cultural e indigenista Jean Nunes, 40 anos, estava sempre se mudando desde a infância. O pai trabalhava em uma grande empreiteira, ficando somente o tempo da obra. Por essa razão, cresceu sem criar vínculo afetivo com nenhuma cidade. Até conhecer Chapada, aos 15 anos.

“Me apaixonei profundamente. Digo que sou chapadense, pois só não nasci aqui, mas é onde eu me sinto em casa”, conta.

Em 2006, 1 ano depois de voltar a morar no município, recebeu a visita de uma família de “malucos de BR”, composta por pai, mãe e 5 filhos que viajavam de bicicleta pela América Latina, e que ficaram um tempo por Chapada.

“A matriarca tinha uma máquina fotográfica bem simples, da Sony, que um dos filhos dela, o Cogumelo, tinha ganho do padrinho dele, o músico Ventania”, revela.

Em uma troca com a mulher, pouco antes de a família pegar a estrada novamente, Jean ficou com a câmera. Desde então, não parou mais de fotografar.

 

Divulgação

Jean Nunes

 

Uma década depois, e após cinco anos sem visitar o local por qual é apaixonado, Jean regressou a Chapada, com a vontade de registrar os seus rios e cachoeiras, atrativos com que diz possuir “uma relação muito forte”.

“Nesse tempo aprendi muito sobre fotografia. Fiquei 10 dias em Chapada e consegui fotografar 34 cachoeiras e algumas piscinas naturais, mas ainda tenho muito o que fotografar. Ainda esse ano pretendo recomeçar”, detalha.

Atualmente, Jean desenvolve um trabalho com indígenas da etnia Waujá, no Alto Xingu. Há mais de 1 ano ele vem dando aulas de fotografia aos indígenas e fazendo o registro audiovisual do cotidiano na aldeia Piyulaga.

“É o trabalho mais fantástico que já tive, sem dúvida. Estou com um acervo riquíssimo de fotos da vida na aldeia”, empolga-se.

Atrativos

Das cachoeiras que Jean registrou, algumas possuem a visitação restrita, ou por estarem dentro de uma propriedade particular ou em áreas interditadas. As que se encontram abertas aos banhistas, podem ter o acesso condicionado à presença de guias. Nesse caso, o ideal é procurar uma das muitas agências de turismo de Chapada e solicitar um profissional.

Algumas cachoeiras restritas, situadas em propriedades particulares, podem ser acessadas sem a necessidade de um guia, como as que ficam no espaço Chapada Aventura. A maioria, no entanto, como a do Jatobá e do Índio, por exemplo, recomenda-se, também, que um guia ou condutor sejam acionados, na tentativa de se agendar uma visita junto aos proprietários dos locais.

Já naquelas situadas em áreas interditadas, nem com a presença de guias a visitação é permitida.

A medida, porém, é costumeiramente desrespeitada, como no caso das cachoeiras e corredeiras localizadas no balneário da Salgadeira, onde banhistas se refrescam à vontade, sobretudo aos finais de semana.

Confira:

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