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Fotógrafo de MT relembra assassinato de Pataxó com arte-manifesto em Brasília

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Fotógrafo de MT relembra assassinato de Pataxó com arte-manifesto em Brasília
Foto de Ahmad Jarrah

O índio Pataxó Galdino Jesus dos Santos, cruelmente assassinado por cinco jovens de classe média em Brasília (DF), foi lembrado com intervenção artística do fotógrafo José Medeiros nesta quarta-feira (1º). Realizada por um dos expoentes da fotografia em Mato Grosso, a mostra repercutiu nacionalmente ao aplicar colagens dos retratos do indígena em técnica lambe-lambe, na parada de ônibus onde Galdino morreu queimado em 1997.

O local está a 500 metros de onde o fotógrafo dá início a nova temporada da exposição Já Fui Floresta, uma série que aborda a cultura e a luta indígena em Mato Grosso – e que entra em cartaz hoje, às 19h30, no Sesc 504 Sul. A cultura indígena é temática recorrente em seu trabalho, daí ele realizar manifesto por meio da arte, para relembrar o atentado fatal ao cacique do povo pataxó-hã-hã-hãe.

“Fui convidado para a exposição individual para promover uma ‘reflexão sobre o amanhã’ com o tema ‘Água’. A ideia foi levar a Já Fui Floresta que já tem uma provocação a essa história das pessoas quererem ver os indígenas dentro de uma redoma. Quando eu vi que o local da exposição era próximo ponto onde Galdino foi morto, também sugeri a intervenção como forma de reviver e aflorar a memória sobre a situação indígena no Brasil”, explica o artista.

A série Já Fui Floresta composta por imagens em preto e branco ou coloridas, murais e espelhos, revelam a mítica que envolve a convivência do índio que, em meio ao mundo globalizado, vê o futuro em uma outra perspectiva. Os registros foram produzidos no Parque Indígena do Médio Xingu, no universo rico e complexo dos índios ikpeng.

O assassinato

Galdino Jesus dos Santos, aos 44 anos, teve 95% do corpo queimado na madrugada de 20 de abril de 1997, enquanto dormia no banco da parada de ônibus na W3 Sul. O cacique pataxó havia chegado em Brasília no dia anterior e ativista dos direitos indígenas, participado de várias manifestações.

Max Rogério Alves, Eron Chaves de Oliveira, Tomás Oliveira de Almeida e Antônio Novély Cardoso atores do crime, fugiram após o ato e 4 anos depois, foram condenados em júri popular a 14 anos de prisão homicídio triplamente qualificado.

Já Fui Floresta

Festival Mês da Fotografia

Em Brasília até domingo (05), José Medeiros participa de ações, bate-papos, palestras e da V Exposição Coletiva dos Fotógrafos do Centro-Oeste, durante a 7ª edição do Festival Mês da Fotografia, que ocorre em Brasília (DF), no Museu Nacional da República, até o dia 30 de agosto.

Medeiros já participou de várias edições desde a criação do festival, em 2012. Seguindo a temática, diz que optou por fazer um tributo aos guardiões da floresta, com o registro de um menino da etnia ikpeng em sua destreza em uma bicicleta na água. A foto também foi premiada no Concurso Fotográfico Leica e integrou a exposição Brazilian Photojournalists, em Nova Iorque.

O registro de um menino ikpeng e sua destreza em uma bicicleta na água, também foi selecionado para integrar V Exposição Coletiva dos Fotógrafos do Centro-Oeste no Festival Mês da Fotografia, realizada na capital.

Outros oito fotógrafos de Cuiabá também participam da exposição coletiva. Adia Borges, Ahmad Jarrah, Amaury Santos, Antonio Siqueira, Amaury Santos, Jonas Barros, José Cunto Neto, José Medeiros, Mayke Toscano e Rodolfo Luiz tiveram suas obras selecionadas pela curadoria do festival. Eles enviaram à submissão do juri, imagens pautadas pelo tema “Água, Reflexões sobre o amanhã”.

 

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