Mato Grosso

“Foi um choque”, diz Neri Geller sobre prisão

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“Foi um choque”, diz Neri Geller sobre prisão
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

“Foi um choque para mim e para minha família”. A declaração é do recém-eleito deputado federal por Mato Grosso e ex-ministro da Agricultura, Neri Geller (PP), que ficou preso por três dias após ser acusado de envolvimento em esquema de corrupção, que teria sido instaurado no ministério.

Em entrevista ao LIVRE na tarde desta segunda-feira (26), Geller afirmou que sua prisão foi completamente arbitrária. “Não tem qualquer argumento plausível para justificar minha prisão. Não critico a Polícia Federal ou a Justiça, eles estão fazendo um bom trabalho, tem muita coisa que tem que ser investigada e eu não tenho problema em ser investigado, o problema foi a forma que foi feito. Não precisava ter me prendido”.

O ex-ministro estava em um hotel em Rondonópolis (232 km de Cuiabá), para participar de um evento do agronegócio, quando foi surpreendido pela Polícia Federal, devido a deflagração da Operação Capitu, um desdobramento da Lava Jato.

“Eu fui citado em uma delação há dois anos, por uma pessoa que não lembro conhecer, que não era executivo nem operador do dinheiro. Eu tive acesso aos autos e os principais delatores da Lava Jato são muito firmes em relação a mim, todos dizem que as ações comigo sempre foram muito republicanas”, assegurou o progressista.

Segundo ele, os investigadores do caso estão tentando vinculá-lo ao ex-presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha, com quem diz nunca ter tido relação. “Eu me tornei ministro pelo trabalho que desempenhei na Secretaria de Política Agrícola do Ministério. Fui indicado pelo setor, pela bancada mato-grossense e pelo então ministro Mendes Ribeiro. Nunca recebi o Eduardo Cunha, nem como ministro nem como secretário, não sou da turma dele”.

Geller ressaltou que em 22 anos de vida pública, nunca foi indiciado ou chamado para depor. “Eu nunca tive problema com qualquer crime. Fui acusado na operação Terra Prometida, mas nunca fui chamado para depor e depois fui inocentado pela Comissão de Ética, com relatório conclusivo da Polícia Federal. Estou muito tranquilo, vou aguardar os desdobramentos, ver se vão me indiciar”.

Recém-eleito deputado, o progressista diz que já se recuperou do “choque” e que está se preparando para desempenhar seu trabalho na Câmara Federal. “É isso que a população espera de mim”.

Entenda o caso

Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de março a dezembro de 2014, Neri Geller foi preso no dia 9 de novembro, sob acusação de, supostamente, receber parte de um “mensalinho” de R$ 250 mil. Ele foi citado na delação do contador Florisvaldo Caetano de Oliveira, apontado como responsável por realizar pagamento de propina do Grupo J&F a políticos.

A propina recebida pelo mato-grossense, segundo as investigações, seria para a aprovação de uma emenda parlamentar que previa que as inspeções de frigoríficos deixassem de ser realizadas por estados e municípios e passassem a ser atribuição do ministério.

Geller ficou preso por três dias, em cela comum, na Penitenciária Mata Grande, em Rondonópolis, por não ter diploma de ensino superior e ainda não ter sido empossado no cargo de deputado.

No último dia 20, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP) informou que o colegiado decidiu abrir processo contra o progressista e o também ex-ministro de Agricultura Antônio Andrade.

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