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Você pagaria mais de 100 reais em um pudim? Por esses você pagaria

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Você pagaria mais de 100 reais em um pudim? Por esses você pagaria
Pudins de Marcelo Dantas são verdadeiras obras de arte

Comida caseira a gente já valoriza há muito tempo, mas na atualidade, sua relevância tem sido exaltada por um movimento gastronômico que preza pela simplicidade dos ingredientes e preparo. A comida que desperta a memória afetiva, acionada pelo sabor ou pelo cheiro, virou tendência. E assim, os pratos e sobremesas que são tradicionais no seio familiar – a exemplo – viraram tendência e têm inspirado chefs pelo mundo todo. Nasce o conceito de comfort food.

Em Cuiabá, o movimento também cresce, com releituras sofisticadas ou ainda, com realce para o preparo caseiro. Caso das receitas de pudim do estudante de gastronomia, Marcelo Dantas, verdadeiras esculturas de doce que levam até dez horas para ficarem prontas. E só não são mais reconfortantes que as boas memórias que as criações açucaradas dele despertaram. E ele faz questão de reforçar: “Tenho muito respeito com essas lembranças. E quando recebo um elogio, lógico que fico feliz, mas sempre realço: ‘o melhor foi aquele que você comeu muito antes, de quem te cuida ou te cuidou’”.

Marcelo, por sua vez, foi influenciado pelo pudim que era preparado pela avó ou pela mãe, na infância, e o fato de ir para a cozinha, traz à tona as lembranças que têm do pai. “Meu pai faleceu há alguns anos e ele cozinhava bastante. Quando estou na cozinha, me conecto a ele ao recordar esses momentos. A comida é um ritual, ela une as pessoas e acredito muito nisso”.

O artista dos pudins leva tudo isso muito a sério e cada centavo do doce vale a pena, especialmente por conta do valor agregado. Os ovos são caipiras – quase azulados -, que ele compra de um pequeno negócio familiar que fica em uma casa no bairro Santa Rosa. O leite, de saquinho, tem frescor garantido e soma a ele, o leite condensado – só usa o Moça – e por fim, a fava de baunilha. Para arrematar, frutas silvestres e flores comestíveis adornam as sobremesas-objetos-de-desejo.

Flores comestíveis

“E o pudim que gosto de fazer – porquê gosto de comê-lo assim – não tem uma bolha sequer. Bato tudo à mão e ele leva em média dez horas para ficar pronto. Você pode até saber a receita, mas o resultado depende do jeito que ele é preparado. O meu pudim, por exemplo, é assado lentamente em banho-maria e forno bem baixo. Isso faz com que ele fique macio, cremoso e firme”, entrega.

Mas e as flores? Marcelo conta que começou a usá-las há pouco tempo. “Nasceu de um erro”, se diverte. “Uma vez, ao desformar o pudim que era uma encomenda, o pudim quebrou. Para encobrir a rachadura eu coloquei flores”, relembra. E a partir daí, todos os pudins de maior tamanho, levam flores. “Mas vale ressaltar, não é qualquer flor e claro, depende da estação. Costumo usar begônias, rosas, violetas e a feijão-borboleta, dentre outras. Ah, e também, as astromélias que eu furto do jardim da minha amiga Rozangela”, brinca. Segundo ele, as flores devem ser cultivadas para essa finalidade, orgânicas, não levam agrotóxicos. “E além disso, não é toda flor que se pode comer, algumas podem ser tóxicas”, adverte.

Novidade

Vislumbrando ampliar as opções, ele começa a testar o quindim. “Assim como o pudim, ainda não achei para comprar um que seja do jeito que eu gosto, então, resolvi me aventurar. Mas ainda estou nas tentativas. Para eu chegar no pudim como eu desejava, a exemplo, foram necessárias 25 tentativas”, se diverte.

Cursando o 3º semestre de Gastronomia na Universidade de Cuiabá, ele já teve a oportunidade de vivenciar a prática de uma praça de sobremesa, ao auxiliar profissionais de cozinhas de restaurantes locais muito conceituados, como é o caso do Flor Negra, também dedicado às receitas da comfort food. Além disso, tem feito cursos voltados à elaboração de receitas com chocolate. “Faço alguns bolos caseiros, como o de cenoura, que evoluíram no sabor e formato, mas é algo bem simples”. Mas cá entre nós, não menos tentadores.

Elis Regina canta para o pudim 

“Eu sei que não é cerimônia do Oscar, mas preciso muito agradecer aos meus amigos e clientes e em especial, à confeiteira Bárbara Eugênia, à equipe do restaurante Flor Negra, à chef Anna Pinho, ao sorveteiro Allan Velasque e à minha terapeuta, Flávia Haddad, que me ajudou a encontrar neste ambiente, a serenidade que eu buscava”.

Em sua conta no Instagram Marcelo divide a rotina de preparo com seus seguidores e claro, o resultado. Encomendas podem ser feitas via WhatsApp e os valores, variam de R$ 15 a R$ 113,00, passando pelo médio que custa R$ 75,00 e serve de 6 a 7 pessoas e pesa cerca de 600 gramas. Já o grande, tem mais de um quilo do popular doce, servindo de 7 a 9 pessoas. “Mas claro, tem caso de cliente que come um grande sozinho”, se diverte. Por fim, Marcelo revela que no ritual de preparar o carinho em forma de sobremesa, há uma informação muito relevante: “Eu sempre coloco Elis Regina para rodar. Eu acho que a música faz a diferença”, diverte-se.

Quer encomendar? 65 98162-2352 (WhatsApp) ou pelo Instagram.

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