Principal

FHC diz que lista fechada no Congresso “cheira a impunidade”

4 minutos de leitura
FHC diz que lista fechada no Congresso “cheira a impunidade”

Agência Brasil

FHC

 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou a tentativa de aprovar no Congresso Nacional aprovarem uma reforma política que garanta privilégios e livre os congressistas das implicações de eventuais inquéritos no âmbito da Operação Lava Jato. Ele postou um vídeo nas redes sociais na manhã desta quarta-feira, 22, tratando do tema.

Ele é contra a proposta de lista fechada, na qual o povo vai votar apenas nos partidos e a direção da sigla é que vai escolher quem serão o primeiro, segundo e terceiro eleitos. “Mas o povo nem sabe os nomes dos partidos. Não são partidos, a maioria, são legendas. E mais: não dá para aprovar nada que tenha cheiro de impunidade. Essa é uma lei que tem o objetivo de evitar que a Lava Jato vá adiante, não pode.”

Na avaliação de FHC, quem praticou crimes ou errou deve ser punido e as leis estão aí para isso. “Depende do que fez. Fez corrupção, ganhou dinheiro porque tirou dinheiro da Petrobras ou porque recebeu dinheiro de uma empresa para fazer uma lei a favor desta empresa? É crime de corrupção. E não declarou? É falsidade ideológica”, exemplificou.

Segundo FHC, tanto os partidos quanto os políticos estão “mal das pernas” e, por isso, ele não acredita que este seja o momento adequado para se aprovar a tese da lista fechada.

“Reforma política viável hoje é aprovar o que já está na Câmara, tem leis importantes já aprovadas pelo Senado”, disse, citando a que proíbe coligação nas eleições de deputados e de vereadores. Ele explica que, por esse princípio, o eleitor vota em um candidato e acaba elegendo outro. “Se dois partidos se coligam, você não sabe em quem está votando, pelo quórum eleitoral. Então, é melhor proibir.”

O ex-presidente continua: “Em segundo lugar, é muito importante também que haja uma lei que diga: olha, um partido que não recebeu x votos em tais números de Estados não vai ter representação na Câmara. Não tem vantagens na Câmara, porque não é partido, tentou ser partido.”

Em uma espécie de ‘mea-culpa’, Fernando Henrique avalia: “Os nossos partidos, hoje, vamos falar com franqueza, vão muito mal das pernas. Os políticos, todos, estamos mal das pernas. Então, não acho que seja o momento de fazermos propostas.”E cita a reforma política em discussão no parlamento, com foco na lista fechada e na anistia à prática de caixa 2.

Caixa dois
No vídeo de cerca de dois minutos, o presidente de honra do PSDB também fala da prática de caixa 2: “Caixa 2 também é crime, mas é outro tipo de crime, está capitulado no Código Penal. Deixa que a Justiça separe o que é caixa 2, o que é crime de corrupção. O que pode ser punido com a não eleição e o que vai para a cadeia. Não somos nós, os políticos ou os lideres nacionais, que vão opinar. Quem tem de opinar nessa matéria é a Justiça, nós temos de dar força às instituições porque o Brasil neste momento não acredita mais em quase nada. Então, vamos, pelo menos, fazer com que as instituições valham.”

No início deste mês, em nota divulgada à imprensa, para defender o correligionário Aécio Neves, o ex-presidente relativizou a utilização do caixa 2 nas campanhas eleitorais, destacando que havia diferença entre os recursos recebidos para financiar campanhas políticas – “um erro que precisa ser reparado ou punido”, e os recebido pelos partidos por fora, para enriquecimento pessoal – “crime puro e simples de corrupção”.

Na defesa do senador mineiro, FHC disse que ele não pediu doação de caixa 2 para aliados e que o próprio Marcelo Odebrecht havia declarado que as doações à campanha presidencial tucana de 2014 foram feitas dentro da legalidade. 

(Com Agência Estado)

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes