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Oeste Rural Show apresenta nova fronteira agrícola de MT

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Oeste Rural Show apresenta nova fronteira agrícola de MT
Foto: Charles Torres

Finalizada na última semana, a Oeste Rural Show conseguiu mostrar todo o potencial produtivo da região Oeste de Mato Grosso. A avaliação foi feita pelo presidente do Sindicato Rural de Pontes e Lacerda, responsável pelo evento, Nilmar Miotto. Durante três dias, centenas de produtores visitaram os estandes montados no parque de exposições da cidade, além de acompanharem palestras, painéis, e um leilão de gado.

“O evento como um todo foi muito positivo, movimentou toda a região. Mostramos a todos o tamanho da nossa capacidade, do nosso potencial e o quanto avançaremos nos próximos anos com a integração da lavoura à nossa pecuária”, salientou Nilmar. Ele agradeceu o apoio de todos os sindicatos rurais da região, que se empenharam muito para o sucesso da feira.

Jornalista Kellen Severo – Foto: Charles Torres

A jornalista especializada em economia e agronegócio Kellen Severo foi a responsável pela palestra de abertura do evento. Ela falou sobre o “Agronegócio na era Bolsonaro: Desafios e Oportunidades” e trouxe aos mais de 600 produtores rurais – que participaram do evento de abertura da feira – a mensagem de otimismo em relação à expansão e abertura de novas fronteiras agropecuárias, com base na recuperação da economia brasileira e mundial.

Cases

Na abertura do segundo dia do evento, os produtores tiveram a oportunidade de conhecer três cases de sucesso no que se refere à implantação da tecnologia da lavoura na pecuária. O produtor Luciomar Machado, por exemplo, conseguiu com a tecnologia aliada à integração lavoura-pecuária, entre outras coisas, melhorar o volume de abate em 40% em apenas um ano.

“Minha propriedade tem terras ótimas, boas, médias e fracas e como as terras mais fracas já não estavam sendo produtivas estava ficando muito caro preparar as terras para aguardar o retorno da boiada. Com a chegada da agricultura, eu percebi que eu gastava um pouco mais, mas aproveitava melhor a minha recuperação”, ressaltou.

Outro exemplo de sucesso que a integração gera é a Fazenda São José, de propriedade do produtor José Eusébio. Português de nascimento, ele foi considerado um dos melhores produtores da Europa e encontrou na região um local propício para continuar com o agronegócio. De forma simples, ele explicou a importância da integração, com o conhecimento de quem tem 80 mil cabeças de gado, sendo 50 mil vacas e 15 mil hectares de soja plantada. “Só a lavoura não paga a conta. Só a pecuária muito menos. Então, integrando as duas culturas se encontra a rentabilidade necessária para o negócio. Uma coisa complementa a outra”.

Diretora da Celeiro Carnes Especiais, Cristiane Rabaioli – Foto: Charles Torres

A carne comercializada também sofre um impacto positivo com o melhoramento. Diretora da Celeiro Carnes Especiais, Cristiane Rabaioli afirmou que a tecnologia empregada auxilia a empresa a comercializar um produto de qualidade superior. “Quanto mais investimento em tecnologia na produção de pasto, mais qualidade vamos ter deste animal para oferecer ao consumidor. A vinda da integração lavoura-pecuária é um benefício enorme. Trazer um pouco desta tecnologia vai melhorar a qualidade no geral”.

Economia e capacitação

Falando da programação técnica, muitas das palestras trataram de temas específicos para a região, com especialistas em diversas áreas. Um deles, Armindo Küchel, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), projetou a integração lavoura-pecuária como fundamental para o futuro do agronegócio. “Todas as propriedades que tem clima, solo e topografia para grãos devem adotar a integração para recuperar o pasto. A integração gera lucro ao produtor. O futuro da agropecuária brasileira vai passar pela integração”.

Fazendo um resgate histórico, Ricardo Arioli Silva mostrou como era o trabalho do produtor rural décadas atrás e como é hoje, com o implemento da tecnologia em todos os setores da produção. Justamente por isso, ele defende uma maior participação do produtor nas entidades de defesa do agronegócio. “Sem isso, o produtor perde muito. Hoje não é possível sobreviver como vivíamos. Temos janela de plantio, precisamos de máquinas modernas, GPS, uma série de itens para produzir. Do mesmo modo, também há a questão da comercialização, o produtor precisa saber o seu custo. Não dá para fazer custo no talão de cheque”.

Superação

O último dia do evento foi marcado pela apresentação do consultor José Luiz Tejon. Ele destacou o quanto o incômodo e a crise nos modificam enquanto pessoas e nos fazem crescer, traçando um paralelo com o Oeste de Mato Grosso. “Comecei no agronegócio em 1977 e esta região era praticamente nada. A fronteira agrícola brasileira era bastante limitada e Mato Grosso hoje é o maior produtor de carnes do mundo e esta região é a nova fronteira. Esta questão da integração lavoura-pecuária é sensacional”.

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Vice-presidente do Sindicato Rural de Pontes e Lacerda, Túlio Roncalli – Foto: Charles Torres

Como parte da programação do evento, a Oeste Rural Show realizou um leilão de mais de 3,4 mil cabeças de gado, de 19 propriedades de Mato Grosso. Vice-presidente do Sindicato Rural de Pontes e Lacerda, Túlio Roncalli destacou a grande participação dos produtores na aquisição dos lotes vendidos. “Conseguimos levar várias pessoas importantes do segmento para o recinto do leilão. Fizemos uma ótima comercialização com preços compatíveis com o mercado. Foi um grande evento, sem sombra de dúvidas”.

Os expositores também aprovaram a realização da feira, que superou as expectativas. Anderson Sauer, coordenador de marketing da Agrocat, empresa que abrirá sua filial em Pontes e Lacerda nos próximos meses, considerou positiva a ativação da marca. “Nossa expectativa foi superada. Imaginava que a feira seria menor, mas foi muito superior, com muitos estandes, muita visitação, bastante movimento, muitos produtores. Fortalecemos a marca, que era a nossa intenção. Alcançamos nosso objetivo”

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