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Fé que cura: médica-veterinária é curada de câncer irreversível após ser desenganada

Cintya havia sido mandada para casa pelos médicos para esperar a morte, mas não desistiu, procurou novo tratamento, teve fé e alcançou a cura

6 minutos de leitura
Fé que cura: médica-veterinária é curada de câncer irreversível após ser desenganada
(Foto: arquivo pessoal)

A médica veterinária Cintya Castro de Abreu, 31 anos, foi diagnosticada em 2020 com câncer no estômago estágio 3. Os médicos chegaram a falar para ela ir para casa esperar a morte, pois já não encontravam formas de curá-la.

Antes de desistir, porém, um médico de São Paulo recomendou um novo tratamento, não oferecido pelo SUS e com custo alto. Lutando pelo bem-estar da filha, o pai dela, Cireno Baia de Abreu, criou uma vaquinha na internet para ajudá-la a pagar o tratamento.

Mas um ponto também determinante para a cura, segundo a jovem, foram as experiências que ela teve com Deus. E assim, ela saiu de um câncer considerado irreversível em 2020 à cura em 2022.

(Foto: arquivo pessoal)

Descoberta da doença

Natural do Pará, em novembro de 2019 Cintya teve um desmaio e os exames imediatos apontaram anemia. Por conta do curso de veterinária e o marido ser de Nova Mutum, os planos dela já eram ir para Mato Grosso, pois acreditava que o estado tinha boas oportunidades de trabalho na área.

Em julho de 2020 ela fez outros exames e a anemia já estava controlada. A princípio, o câncer ainda não havia sido diagnosticado. Assim que ela se formou, o casal de mudou para Mato Grosso.

Já em Nova Mutum, porém, ela fez outros exames em um Posto de Saúde e a anemia havia voltado. O médico, então, pediu mais exames, que precisavam ser feitos em Cuiabá, visto que a cidade do interior não tinha recursos para a realização.

No dia 14 de dezembro de 2020, exames apontaram que Cintya estava com câncer e ela foi encaminhada para o Instituto de Tumores de Cuiaba (ITC), onde ela foi diagnosticada com câncer no estômago grau 3.

Imediatamente os médicos já colocaram um cateter na jovem e no dia 4 de janeiro de 2021 ela começou a fazer sessões de quimioterapia.

Quando Cintya completou oito ciclos de quimioterapia, os médicos gostariam de fazer uma cirurgia no estômago dela, porém, para realizá-la, ela precisava ganhar peso. Como ela estava muito debilitada, a cirurgia não foi realizada.

Em julho de 2021 a jovem precisou passar por um novo protocolo de quimioterapia. Devido à agressividade do tratamento, ela teve outro desmaio.

Diante do estado de saúde da jovem, os médicos de Cuiabá decidiram que o tratamento com quimioterapia já não era mais viável e já não havia nada a ser feito. Eles, então, resolveram mandá-la para casa para esperar a morte.

Recomeço

Desolado com a situação, o pai de Cintya, Cireno Baia de Abreu, que é motorista de aplicativo, contou o que a filha estava passando a um passageiro, que orientou que a médica-veterinária passasse por uma consulta com o oncologista Fernando Maluf, do Hospital Israelita Albert Einstein.

A família, no entanto, não tinha dinheiro para pagar pela consulta. Solidário à dor do pai, o passageiro resolveu pagar pela consulta para que Cintya tivesse mais uma opinião médica.

A consulta foi realizada por vídeo e o oncologista recomendou um novo protocolo de tratamento. Este, porém, apesar de não ser um tratamento alternativo, não era realizado pelo SUS.

Para ajudar a filha, o pai fez uma vaquinha online para tentar arrecadar o dinheiro necessário, R$ 32 mil. A campanha atraiu a imprensa e várias matérias foram feitas sobre o caso.

Com a repercussão, a meta da vaquinha foi alcançada. “Recebi até uma ajuda inusitada, de dentro do presídio. Quem somos nós para julgar”, disse Cintya aos risos.

Cintya e os pais, Helena de Oliveira Castro e Cireno Baia de Abreu (Foto: arquivo pessoal)

Testemunho de Fé

Mesmo sendo desenganada pelos médicos, Cintya sempre acreditou que seria curada. Mas chegou a dizer a Deus que, se fosse para morrer, estava pronta.

“Dentro das sessões de quimioterapia, que me deixavam muito debilitada, eu sempre achei que iria ficar curada, mas cheguei a pedir para Deus que, se fosse para eu morrer, eu estaria pronta. Porque o que mais me deixava triste era ver o sofrimento das pessoas que estavam próxima a mim, minha mãe, meu pai e meu marido. Mas eu sentia que iria ser curada”, contou Cintya emocionada.

Em meio à luta contra o câncer, Cintya foi batizada na Igreja Batista, no dia 17 de outubro de 2021. Ela afirmou que em sua última internação teve duas experiências com Deus.

“Ainda em tratamento, com muita dor, os médicos reuniram, fizeram uma medicação e ainda assim continuei com muita dor. Assim que dormi a dor foi passando, isso foi um sinal, que Deus estava comigo. E naquele momento eu fiz um propósito, que assim que eu tirasse os pontos eu iria procurar uma igreja e iria me batizar”, contou Cintya.

“Eu tive várias respostas de Deus diante desse processo, que Deus tem um propósito Dele na minha vida, tenho certeza que os meus planos não são iguais ao Dele”, completou.

 

(Foto: arquivo pessoal)

Cura

Na segunda-feira (11) Cintya recebeu a notícia que está curada do câncer. Agora, ela só precisa continuar fazendo algumas aplicações para garantir que a doença não deixou nenhum resquício e continuar acompanhando.

Ela atribui a cura não só ao protocolo do médico Fernando Maluf, mas também à fé que sempre teve em Deus. A quem também está lutando contra o câncer, ela diz que é essencial ter força de viver e não perder a fé.

“Não desistir nunca. Pois não adianta ter fé e querer desistir, ou vice-versa, as duas coisas têm que andar juntas. A pessoa precisa ter força de viver e manter a fé, viver dia após dia e agradecer a oportunidade de estar está vivo”, afirmou.

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