A rivalidade entre o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, e o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, está longe de acabar. Em uma entrevista concedida por Mendes à rádio Mega FM na manhã desta segunda-feira (1º) , ele citou várias vezes o que considera incoerente na gestão da Capital em relação à crise do covid-19.
Além disso, também usou o microfone para dizer que os fechamentos dos estabelecimentos comerciais, não só em Cuiabá, como em outros municípios, foram baseados na “falta de maturidade” dos prefeitos, que cederam à pressão gerada por uma situação atípica.
Segundo a análise do governador, as restrições aconteceram de forma antecipada, tendo em vista que o objetivo delas deveria ser a contenção da curva de crescimento da doença.
“Quando Cuiabá tinha um caso, fecharam os comércios. Agora que tem 700 casos, as pessoas não aguentam mais e estão pressionando para o afrouxamento das regras”, afirma.
Para o governador, não é racional liberar comércio com os casos aumentando, porém o desemprego atingiu grande parte da população, que vê sua sobrevivência ameaçada com a ampliação do tempo de restrições e ainda a possibilidade de um lockdown.
“Agora que deveríamos estar endurecendo as regras. Antes, devíamos ter investido em UTI, como manda a Organização Mundial de Saúde. Afinal de contas, é mais barato construir novos leitos do que parar a economia”, justifica.
Durante a entrevista, ele ainda acrescentou que a queda da arrecadação em maio será próxima dos R$ 200 milhões. Os motivos são desaquecimento dos negócios no âmbito interno e externo.
A briga dos leitos
Apesar de o prefeito ter anunciado na semana passada que irá representar criminalmente contra o governador por conta das acusações relativas ao fechamento de 40 leitos de UTI pelo município, Mauro Mendes questionou: – Onde estão os R$ 40 milhões encaminhados para Cuiabá pelo governo Federal para o combate à covid?
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Ele retomou o assunto, que teve grande repercussão na semana passada, e assegurou que a ampliação da rede de atendimento da Capital foi feita apenas pelo Estado, que recebeu pouco recurso da União e aguarda o rateiro de uma nova remessa de auxílio, anunciada na semana passada sancionada na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro.
“No começo da pandemia, o Município tinha 145 leitos e, hoje, tem 105. Já o Estado, abriu mais 100, além dos 40 que tinha”, finalizou.
Comparações não param por aí
Para citar os avanços ao sistema de Saúde do Estado, Mendes usou como base o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Ele comparou o que Emanuel Pinheiro considera um dos grandes legados da sua gestão, a conclusão da unidade, com o Hospital Universitário Júlio Muller e o Hospital Central, obras que ele recebeu paralisada quando assumiu o cargo de governador no ano passado.
De acordo com o governador, o HMC tem 23 mil metros quadrados, enquanto o Júlio Muller terá 50 mil metros quadrados e o Hospital Central 32 mil metros.
No caso do primeiro, a retomada está em andamento. Foi realizado o certame para a apresentação das propostas, que estão sendo analisadas, e seis empresas apareceram. Já o segundo, terá a licitação aberta esta semana.
“O Hospital Central é maior que o Hospital Municipal de Cuiabá, que eu tive a honra de iniciar na minha gestão quando prefeito, e o Hospital Júlio Muller é quase o dobro do tamanho”, declarou.