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Falta de estradas prejudica pecuária no Norte do Estado

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Falta de estradas prejudica pecuária no Norte do Estado

Gabriele Schimanoski/O Livre

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As péssimas condições das rodovias e estradas que ligam as regiões norte e noroeste de Mato Grosso estão prejudicando a principal atividade da região: a pecuária. Os produtores estão com dificuldades para transportar animais e até itens básicos para a manutenção do setor, cujo rebanho passa das 4 milhões de cabeças. A cada nova chuva, atoleiros se formam e transitar de um município para outro se torna uma aventura. Transportar animais, então, é quase impossível.

Entre os municípios de Juara e Brasnorte, na MT-220, há trechos em que a velocidade precisa ser reduzida ao máximo. São muitos buracos, cabeceiras de pontes todas por fazer e trechos sem qualquer sinalização. “Nosso problema aqui é logística”, disse ao LIVRE o presidente do sindicato rural de Juara, Jorge Mariano, enquanto fazia um diagnóstico das estradas que cruzam o município.

Ele explica que a MT-220, mais conhecida como rodovia do Vale, começou a ser construída há dois anos por meio de parceria entre produtores e governo. As cabeceiras das pontes, diz ele, seriam de responsabilidade do poder público. “Essa rodovia não foi terminada”. Jorge também é pecuarista e afirma sofrer na hora de transportar o animais. “É complicado, pois temos distritos distantes 170 km da sede”. Um deles é o distrito de Paranorte. Nesta localidade, o rebanho é estimado em 300 mil cabeças. “É muita ponte de madeira, às vezes ficam isolados”.

A MT 220, depois de concluída, será a principal rota de escoamento da produção. Ela ligará Juara ao município de Sinop, onde passa a BR-163 que dá acesso ao porto de Miritituba (PA). “Até Tapaborã tem asfalto, mas ainda faltam ser concluídos outros 70 km”, explica. Existe ainda a rodovia da Baiana, a MT-338, que dará acesso mais rápido à Capital. Dos 360 quilômetros, apenas 40 faltam ser pavimentados.

Juína – Aripuanã – Colniza

Acrimat

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Mais pra frente, na BR-183, que liga Juína a Aripuanã, passando pelos distritos de Filadélfia e Vila Morena, e na BR-174, no trecho que liga Castanheira a Colniza, as condições são ainda piores. O pecuarista Rubens Góes, de Aripuanã, afirma que as obras de pavimentação das rodovias estão paradas e as estradas regionais estão sem manutenção. “Na minha propriedade, fiquei dez dias sem conseguir chegar até lá por falta de condições. Os caminhões estão há 42 dias sem chegar até lá. Precisamos sensibilizar o poder executivo para os problemas de logística”.

A propriedade de Rubens fica na estrada do Cafundó, na MT-208, uma alternativa da BR-174 que liga Aripuanã a Colniza. Na BR-174, a equipe da Acrimat – que está visitando 31 municípios com o Acrimat em Ação – registrou caminhões atolados. O pecuarista Djalma Miranda de Melo explica que as rodovias estão intransitáveis e isso dificulta não só o acesso à propriedade, mas o escoamento de bezerros e até as negociações com frigoríficos.

O presidente do Sindicato Rural de Aripuanã, Aparecido Piola, destaca que o problema de logística é antigo e atinge não somente a nossa região, mas o Estado inteiro. “Não é de hoje que enfrentamos dificuldades e estamos perdendo competitividade com produtores de outros estados por falta de estrada”.

O representante da Acrimat em Castanheira, Raphael Nogueira, afirma que ano passado as rodovias passaram por manutenção e não houve problemas no período de chuva. Mas que este ano o trabalho não foi feito e agora as estradas estão comprometidas. “A situação não está pior porque houve uma recuperação ano passado. Mas o que precisamos é da retomada dos trabalhos para pavimentação da BR-174”.

Raphael Nogueira explica que o governo federal liberou recursos para a pavimentação há mais de seis anos, porém o trabalho está parado por suspeita de desvio de recursos. A BR-174 liga Castanheira a Colniza e corta os municípios de Castanheira, Juruena, Colniza e Cotriguaçu.

Na BR-183, de Juína a Aripuanã, a situação não é diferente. O vice-presidente da Acrimat, Luis Fernando Conte, acompanha a equipe e relata que a situação é precária. “Tem alguns pontos, como a ponte sobre o Rio Azul, que está praticamente impossível transitar. Não temos condições de tirar o boi para o abate ou de levar os insumos para a propriedade”.

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