No dia 19 de novembro de 2016, o poeta Manoel de Barros completaria 100 anos de idade. Conhecido pelo surrealismo pantaneiro de seus poemas, o cuiabano faleceu em 2014, mas continua vivo no imaginário da arte mato-grossense. Para homenagear o fechamento deste centenário, artistas locais preparam uma exposição coletiva de artes híbridas, intitulada “Para encontrar o azul eu uso pássaros”, que será lançada na próxima terça-feira (05), a partir das 19h, no Museu de Arte e Cultura Popular (MACP) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
O evento reunirá 32 artistas e suas obras inspiradas no poeta conterrâneo. A proposta é promover um diálogo entre a literatura de Manoel de Barros e as artes visuais mato-grossenses em suas diversas técnicas – desde a pintura sobre papel e sobre tela, escultura, instalação, fotografia, xilogravura, videoinstalação, inserção cênica-poética, até música e poesia.
Reprodução
Ruth Albernaz é idealizadora do projeto e uma das curadoras da exposição
O projeto foi idealizado pela artista plástica Ruth Albernaz que apresentou a proposta para vários museus e centros culturais, até ser contemplado pelo conselho de curadoria do MACP da UFMT. Ela conta que a exposição é resultado da união de forças entre artistas que se disponibilizaram a colocar o projeto em prática, mesmo sem financiamento – com o apoio da Pró Reitoria de Cultura Extensão e Vivência (PROCEV) da UFMT e o envolvimento da comunidade acadêmica.
O centenário ganhou ainda mais peso quando o professor poeta Aclyse Mattos, diretor da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA) da instituição, colocou os alunos do projeto ComunicArte em ação. Os estudantes, além de auxiliarem na produção do evento, são orientados para criarem o catálogo da exposição.
Reprodução
Verá Capilé será uma das atrações do sarau de abertura
E não só de artes visuais o evento será realizado. Além da exposição, pelo menos quatro saraus de música, performances e poesia, diversificam a programação. O Sarau de abertura “Um passarinho me recita” terá palco aberto para poetas, inserção cênica-poética de Luiz Carlos Riberito, com participação do músico Pescuma, performance de Adir Sodré e a voz de Vera Capilé, ícones da cultura mato-grossense.
Dia 12, são os estudantes que apresentam suas artes e produções no Sarau “Poesia é passáro livre que sai do inteiror dos olhares”. Já no dia 19, o Sarau “Assim é que elas foram feitas (todas elas) – sem nome” comemora o aniversário do poeta homenageado. No mesmo dia, às 18:30, também será realizada uma palestra com Cristina Campos no auditório do Centro Cultural da UFMT, em frente ao MACP.
Luzo Reis
Museu de Arte e Cultura Popular (MACP) da UFMT
Ruth também contou que oficinas estão sendo planejadas para acompanhar as visitações de escolas. Mas a artista já adianta que vão rolar atividades de montagem de brinquedo com as crianças, seguindo a proposta do poeta de “infantilizar o mundo”.
Já podemos esperar muitas surpresas nesta homenagem. Então já marque na agenda esse momento de celebração da arte mato-grossense.