A Nova Zelândia tem construído nos últimos anos um modelo de educação que, atualmente, é considerado o mais arrojado do mundo. Assim, em 2017, foi eleito como o país que melhor educa para o futuro, segundo a Revista Britânica The Economist.

O que chama a atenção global é o fato da educação neozelandesa preparar o estudante, desde muito pequeno, para um grau de independência impensado em outros centros como Reino Unido, USA e, até mesmo, Brasil.

Nas escolas, as crianças são responsáveis por lidar com tarefas como cozinhar, utilizando faca, vidros e manipulando fogão, forno, liquidificadores, batedeiras e tudo que estiver ligado a esse universo, sem auxílio direto de um adulto. Além disso, limpam diariamente suas mesas e equipamentos, sem sair de nenhum espaço antes de organizá-lo.

No mesmo sentido, os pequenos usam serrotes, martelos, aparelhos elétricos e outras ferramentas nas aulas de marcenaria, tudo ligado aos conceitos maker e tecnológico. Como se não bastasse, os jovens também navegam pequenos barcos no mar aberto, sentindo-se em total controle da situação;

Os neozelandeses acreditam que se a criança pode fazer isso de maneira independente nesta idade, poderá também realizar muito mais coisas na fase adulta, trabalhando no inconsciente infantil a autoconfiança, autonomia e senso de responsabilidade. Vale dizer que antes de executar quaisquer dessas atividades, todas as crianças são bem orientadas, deixado-as preparadas aos riscos e conduzido-as a escolher a maneira mais segura de lidar com cada situação.

Dentre as principais habilidades estimuladas no desenvolvimento desse modelo educacional estão, ainda, a de aprender a observar, bem como a de buscar e resolver problemas, atentando-se sempre ao que acontece na localidade, no país e no mundo. Busca-se a todo tempo fazer a diferença no entorno, promovendo ações relevantes que auxiliem diretamente as pessoas da comunidade. Assim, imagina-se, desenha-se e cria-se de modo que todos coloquem a mão na massa durante o aprendizado, experimentando ferramentas físicas e virtuais como possíveis soluções para os desafios que precisam superar. Promove-se um clima colaborativo, valorizando o saber mútuo e também os conhecimentos pessoais. Estimula-se a busca por um propósito de vida baseado nas habilidades e competências desenvolvidas durante os anos escolares.

Os diretores e professores neozelandeses dizem que esse é o caminho para desenvolverem pessoas no estilo lifelong learning, apaixonados pela educação e motivados pelo aprendizado. Esses educadores querem que os estudantes aprendam para toda vida e não apenas para decorar conteúdos que, muitas vezes, serão esquecidos após as provas.

No Brasil, temos escolas que cada vez mais buscam se aproximar desses modelos. A médio prazo também poderemos observar mais ganhos com a implantação das novas diretrizes do Ensino Médio, o que, timidamente, começa a dar autonomia e escolha ao estudante. Esse já é o primeiro passo para algumas significativas mudanças em nosso país.

Investir e buscar uma educação que se aproxime dos países que estão com o olhar à frente do seu tempo pode fazer muita diferença na educação do seu filho. É sempre importante questionar quais são os valores, princípios e objetivos da instituição de ensino e verificar o quanto buscam por inovação e ferramentas já testadas e avaliadas em outros locais do mundo.

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