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Secretaria de Estado de Educação: acusado de ser “agente infiltrado”, engenheiro nega participação em esquema da Rêmora
A defesa do engenheiro civil e ex-servidor da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) Juliano Jorge Haddad pediu que ele seja absolvido de participação dos esquemas investigados na 2ª fase da Operação Rêmora. Em suas alegações finais, o ex-servidor afirma que diversos outros réus e colaboradores negaram que ele tenha atuado em favor dos desvios.
Em sua denúncia inicial, o Ministério Público Estadual (MPE) acusa o engenheiro de agir como um agente infiltrado do grupo liderado pelo ex-secretário Permínio Pinto.
“Em caso de inacreditável condenação”, a defesa do engenheiro pede que seja aplicada a pena mínima.
Na 2ª fase da Rêmora, o MPE identificou que três núcleos – agentes públicos, empreiteiros e operadores – teriam agido para fraudar licitações de reforma e construção de escolas da rede pública do Estado.
Juliano foi contratado em novembro de 2015 para o cargo de analista de desenvolvimento econômico social. A contratação, feita de modo temporário, foi assinada por Permínio. Em seguida, o então secretário nomeou o engenheiro para a Comissão Permanente de Licitação da Seduc. Em depoimento, o ex-secretário disse não conhecer o engenheiro.
Laíse Lucatelli/OLivre
Ex-secretário Permínio Pinto teria “plantado” o servidor na comissão de licitação
Enquanto esteve na comissão, Juliano Haddad teria emitido pareceres técnicos favoráveis às empresas participantes do esquema, facilitando o direcionamento das licitações e colaborando com os desvios.
Depois da deflagração da operação e da exoneração de Permínio, o engenheiro foi demitido. O ato foi assinado pelo atual secretário de Educação, Marco Marrafon.
A defesa afirma que, apesar das acusações de participação em organização criminosa e fraude em licitação, o MPE não teria apresentado qualquer prova da atuação direta de Juliano no esquema.
Em depoimento ao MPE, o delator Giovani Guizardi, sócio da Dínamo Construtora e principal operador dos desvios, afirma que Juliano atuava a mando do grupo em suas atividades na Seduc. A defesa do ex-servidor alega que a acusação se baseia exclusivamente no depoimento de Guizardi.
Para embasar sua denúncia, o MPE traz ainda que Juliano tem parentesco e compromisso com os negócios de Luiz Fernando da Costa Rondon e Esper Haddad Neto. Os dois empresários também constam entre os réus da Rêmora.