Médico de carreira e ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Werley Silva Peres (PPS) é pré-candidato na disputa por uma vaga na Câmara Federal por Mato Grosso pela primeira vez. Com propostas focadas especialmente na atenção básica de saúde, Peres defende a implementação da carreira para o profissional do Sistema Único de Saúde (SUS), a fim de promover a valorização do trabalho e assegurar a perenidade dos serviços prestados.
“Por que não criar a carreira do profissional da saúde para que ele comece no interior e vá subindo? Para ele se motivar a chegar lá e não ficar mais refém do político. Você só vai ter resultado em saúde preventiva quando tiver perenidade, quando o profissional ficar naquele local, criar um elo com a comunidade”, declarou o pré-candidato, que como adjunto de Saúde trabalhou na implantação da Caravana da Transformação realizada no Governo Pedro Taques (PSDB).
Peres também defende a revisão do pacto federativo, que norteia a distribuição do percentual da arrecadação de impostos entre União, Estado e Município. “Quando foi feito o Pacto Federativo, a realidade era outra. Nos últimos 30 anos, o Governo Federal foi empurrando responsabilidades para os municípios, que estão totalmente sufocados, com a corda no pescoço, mas não aumentou aporte financeiro. O ente federado fica sentado em cima do cofre e os prefeitos e governadores com o pires na mão”.
Ainda conforme ele, hoje os investimentos em Saúde do país são mais ligados à cura do que à prevenção, sendo que o custo da atenção hospitalar equivale a quase 70% do investimento na área, ao passo que na prevenção não chega a 30%.
“É preciso um investimento robusto na atenção básica e não me refiro apenas ao médico. Ter atendimento médico não quer dizer que tenha a solução de todos os problemas. O médico precisa do mínimo de estrutura para dar seguimento e acompanhamento aos seus pacientes. Médico sozinho não faz nada, ele precisa de uma equipe”, assinalou.
Renovação
O pré-candidato também disse acreditar na renovação da Câmara Federal, onde Mato Grosso conta com oito cadeiras disponíveis, e aposta nesta renovação para ganhar força no Parlamento e assegurar o andamento de suas propostas.
“O deputado não pode ficar pensando no gueto dele, no umbiguinho dele. Precisamos encarar os problemas, pensar no coletivo e capitanear essas pessoas com a percepção lá da frente. A política ficou como profissão e tem que ser doação. A partir do momento que fez sua parte, recua e outro segue”, ponderou.
Experiência profissional
Como ex-secretário de Saúde de Cuiabá e ex-adjunto de Saúde do Estado, Peres disse que percebeu que mesmo com um orçamento reduzido é possível obter resultados, desde que se invista corretamente e no setor certo, a exemplo da Caravana da Transformação.
Como médico da família, Peres ressalta que sempre se dedicou as pessoas mais necessitadas, cidadãos da periferia e pacientes com transtorno mental e hanseníase. “A hanseníase eu tenho como missão. É um paciente estigmatizado, que sofre muito preconceito e a gente tem que olhar por ele. Se olharmos por eles, olhamos para todos”.
Por fim, ele destaca a importância da saúde. “A saúde põe a cara onde o cidadão põe os pés. Está sempre na frente. O cidadão precisa estar amparado por uma medicina de qualidade”.