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Ex-comandante-geral da PM está entre os conduzidos

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Ex-comandante-geral da PM está entre os conduzidos

Andrea Lobo/O Livre

O advogado José Antônio Rosa

Gaeco também fez buscas na segunda fase da Operação Convescote 

O coronel Nerci Adriano Denardi, ex-comandante-geral da Polícia Militar (PM) e servidor da Assembleia Legislativa, foi conduzido coercitivamente pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) para prestar esclarecimentos na Operação Convescote, que apura denúncias de desvios de contratos da Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe) com o poder público. Na manhã desta sexta-feira (30) foi deflagrada a segunda fase da operação.

Ao todo, 13 pessoas foram levadas ao Gaeco (veja ao final a lista completa) por suspeita de prestar serviços à Faespe sem a devida comprovação. Na primeira fase, Marcos José da Silva, apontado como líder do suposto esquema, Jucilene Rodrigues Assunção, mulher de Marcos e membro conselho administrativo do banco Sicoob, e Lázaro Romualdo Gonçalves de Amorim – este último já admitiu ter emitido atestados falsos para os serviços, haviam sido presos preventivamente sob a mesma suspeita.

Josi Pettengill/Secom-MT

Coronel Nerci Adriano Denardi

 Coronel Nerci Adriano Denardi prestou depoimento ao Gaeco

Denardi foi comandante da PM entre janeiro de 2013 e dezembro de 2014, durante a gestão Silval Barbosa (PMDB), e atualmente chefia a segurança da Assembleia Legislativa. O assessor de gabinete do deputado estadual do Guilherme Maluf (PSDB) Odenil Rodrigues de Almeida também foi ouvido pelo Gaeco – ele responde a um processo por lavagem de dinheiro na Operação Ventríloquo.

O ex-servidor Tschales Franciel Tschá, exonerado em fevereiro do cargo de secretário-geral da Assembleia, foi alvo de condução coercitiva. Ele havia ingressado com um Habeas Corpus no Tribunal de Justiça para evitar que pudesse ser preso nesta operação, depois que seu nome foi divulgado tendo relação com os desvios na deflagração da primeira fase da Convescote. O tribunal, contudo, negou o pedido.

Dois servidores do Tribunal de Contas do Estado (TCE) também foram conduzidos. O secretário-executivo de Orçamento, Finanças e Contabilidade do TCE, Eneias Viegas da Silva, era encarregado de atestar a prestação de serviços da Faespe no convênio com o tribunal e foi ouvido pelo Gaeco. Os promotores e policiais também ouviram o auditor Marcelo Catalano.

A Operação Convescote foi deflagrada no último dia 20. O Ministério Público Estadual (MPE) investiga contratos da Faespe com a Assembleia, o Tribunal de Contas do Estado (TCE), a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), e a prefeitura de Rondonópolis. Empresas de fachada eram utilizadas para recebimento de valores pagos pelos entes públicos à fundação em um esquema de desvios de, ao menos, R$ 3 milhões. Segundo a promotoria, a investigação encontrou indícios de crimes de constituição de organização criminosa, peculato, lavagem de capitais e corrupção ativa.

Veja quem prestou depoimento ao Gaeco nesta sexta-feira:

Elizabeth Aparecida Ugolini – funcionária do Banco Sicoob;

Odenil Rodrigues de Almeida – assessor do gabinete do deputado estadual Guilherme Maluf;

Sued Luz – assessor do gabinete do deputado estadual Guilherme Maluf;

Tscharles Franciel Tscha – ex-secretário geral da Assembleia Legislativa;

Eneias Viegas da Silva – secretário-executivo de Orçamento, Finanças e Contabilidade do TCE;

Fabrício Ribeiro Nunes Domingues – servidor da Assembleia Legislativa;

Alysson Sander Souza – servidor da Assembleia Legislativa;

Marcelo Catalano Corrêa – servidor do TCE;

Nerci Adriano Denardi – coronel da PM e responsável pela segurança da Assembleia Legislativa;

Driele Azeredo Ribas – servidora da Assembleia Legislativa;

Maurício Marques Júnior – servidor do TCE;

Márcio José da Silva – funcionário da Faespe e prestador de serviços;

Alisson Luiz Bernardi – funcionário da Faespe e prestador de serviços;

Outro lado
Em nota, o deputado Guilherme Maluf  informou que “aguarda informações sobre os questionamentos” referentes a seus assessores. Também frisou que “continua à disposição da Justiça para esclarecer qualquer dúvida sobre os contratos” da Faespe com a Assembleia, assinados durante a gestão dele como presidente do Legislativo. O deputado afirmou ainda que o trabalho da Faespe permitiu a “realização de diversas ações de modernização administrativa do Parlamento, incluindo a assessoria técnica aos trabalhos das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), compatibilização da legislação, auditoria de folha e protocolos de gerenciamento eletrônico dos processos em tramitação”.

A defesa de Tscharles Franciel Tscha afirmou que ele era responsável pela análise das prestações de contas da Faespe na Assembleia, mas que foi retirado da comissão por “realizar exigências”. Ele nega participação em crimes.

Segundo a defesa de Marcelo Catalano, sua assinatura foi falsificada em um documento que atestava pagamento feita à Faespe.

De acordo com a defesa de Eneias Viegas da Silva, ele apenas atestava a prestação de serviços da Faespe ao TCE e não havia irregularidades.

A defesa de Drieli Azeredo Ribas preferiu não se manifestar. A reportagem não conseguiu contato com as demais defesas.

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