Mato Grosso

Ex-chefe de gabinete de Wellaton diz que denunciou caso de verbas por medo de ser investigado

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Ex-chefe de gabinete de Wellaton diz que denunciou caso de verbas por medo de ser investigado

O ex-chefe de gabinete do vereador de Cuiabá Felipe Wellaton (PV), Jadson Nazário de Freitas, nega que tenha qualquer relação com o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) e diz que se sentiu frustrado com o vereador, “que se diz defensor da nova política” e pediu a devolução para uso pessoal da verba indenizatória para aos chefes de gabinete pela Câmara de Cuiabá. Jadson Nazário (foto acima) comandou o gabinete de Wellaton em janeiro de 2017.

Logo no primeiro mês de mandato do cargo ele foi exonerado por Wellaton por não ter inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), segundo o parlamentar. No entanto, continuou recebendo a verba indenizatória por mais três meses por erro da Câmara Municipal de Cuiabá. Segundo ele, em todos os meses o dinheiro foi repassado ao vereador.

Apesar do caráter indenizatório da verba, Jadson conta que, em 2018, declarou o recebimento dos valores no imposto de renda e anexou cópia do comprovante entregue à Delegacia Fazendária e ao Ministério Público.

Jadson conta que atualmente trabalha como motorista de aplicativo para sua família e nega qualquer ligação com o grupo do prefeito Emanuel Pinheiro.

Relação com Wellaton

Jadson diz que conheceu o vereador Felipe Wellaton um ano antes da campanha eleitoral de 2016 e gostou do perfil e das ideias do político, mas via alguns erros na condução da pré-campanha e então passou a orientar o vereador em quais lugares tinha que ir em busca de voto e o que fazer. Conta que usou o tempo todo o seu próprio carro para fazer os deslocamentos com o vereador.

Em relação à campanha, disse que ela foi modesta, sem qualquer indício de que houvesse ‘caixa 2’, destaca que a relação era tão próxima com o então candidato que, quando ele foi eleito, Jadson comprou dez caixas de latas de cerveja para a comemoração, com dinheiro próprio.

Depois da eleição, teria havido o pedido para que ele ficasse como chefe de gabinete do vereador. Ele aceitou e, já no primeiro salário, teria acontecido o primeiro embate entre os dois. Ele conta que Wellaton queria parte do salário, mais a verba indenizatória de forma integral. Destaca que não aceitou a oferta feita, porque teria dívidas e que o dinheiro do salário seria a ‘salvação’. Então, ficou com o salário e devolveu a verba indenizatória, que caiu dias depois.

No final do primeiro mês ele conta que virou um simples assessor no gabinete e outra pessoa passou a ser o chefe, mas que este nem trabalharia direito e que, por um ‘erro’ da Câmara, o dinheiro da V.I. continuou caindo em sua conta até o mês de abril de 2017 – sendo que todo o recurso teria sido passado para o vereador.

Em setembro de 2017, houve um corte nos servidores comissionados do Legislativo de Cuiabá e Jadson deixou o gabinete do vereador. No entanto, a convite do próprio Wellaton, segundo ele, retornou ao cargo em janeiro de 2018, mas diante das dificuldades na relação pediu para sair.

Meses depois, Jadson procurou a Defaz e o Ministério Público para fazer a denúncia contra o vereador porque, segundo ele, ficou com medo de ser indiciado pelo caso, já que o vereador faz oposição e o grupo do prefeito Emanuel Pinheiro acompanharia cada passo do que é feito.

Jadson conta que, ao chegar no Ministério Público, ficou sabendo que haveria uma investigação aberta sobre a questão. Jadson anexou à sua denúncia uma cópia de conversas pelo WhatsApp com pedidos feitos por Wellaton, também extratos bancários, notas de compras e ainda cópia do imposto de renda.

Outro lado

O vereador nega as acusações de uso irregular da verba indenizatória. Para ele, a “trama” é para calar a sua oposição contra o prefeito Emanuel Pinheiro. Diz também que a denúncia é “mentirosa” e se diz vítima do caso.

Segundo ele, Jadson não teria provas de que a devolução acontecia de fato. Leia a nota encaminhada pelo vereador:

“Tentativa de tirar nossa credibilidade para calar a oposição ao prefeito Emanuel Pinheiro e a fiscalização que fazemos, a denúncia mentirosa da qual sou vítima baseia-se exclusivamente em alegações sem provas do ex-funcionário. Ele ficou no cargo de chefe de gabinete apenas 1 mês, pois disse que tinha inscrição na OAB e não tinha – e se recebeu a V.I. nos 2 meses seguintes, foi por falha do setor competente da Câmara de Cuiabá, pois sua exoneração foi publicada no mesmo mês. A verba indenizatória sempre foi utilizada para a manutenção das atividades do mandato parlamentar, e tudo isso já foi devidamente comprovado à Defaz-MT.”

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