Mato Grosso

Ex-assessora que defendeu Selma em depoimento no TJ é escolhida suplente em sua chapa ao Senado

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Ex-assessora que defendeu Selma em depoimento no TJ é escolhida suplente em sua chapa ao Senado
(Foto: Arquivo Pessoal)

Acusada de dar prioridade a processos com repercussão na mídia, a juíza aposentada e candidata ao Senado, Selma Arruda (PSL), foi defendida em depoimento por três ex-assessores de seu antigo gabinete na 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Uma delas foi Clerie Fabiana Mendes, hoje sua segunda suplente na disputa por uma das duas vagas disponíveis para senador.

Clerie Mendes foi anunciada como suplente na chapa encabeça pela juíza aposentada na noite dessa segunda-feira (06). Seu nome foi o último a ser definido entre os suplentes dos 11 candidatos ao Senado por Mato Grosso nas eleições deste ano.

No Tribunal de Justiça, os depoimentos foram prestados ao desembargador Marcos Machado, relator de um pedido de suspeição da juíza aposentada protocolado pelo ex-deputado e ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Humberto Bosaipo.

Ele tenta anular uma condenação aplicada por Selma Arruda em uma ação criminal da Operação Arca de Noé, na qual é réu ao lado do ex-presidente da Assembleia Legislativa José Geraldo Riva. A juíza aposentada condenou Bosaipo a 18 anos e quatro meses de prisão por desvio de recursos públicos de maneira continuada e lavagem de dinheiro.

Nos depoimentos, os ex-assessores afirmaram que os processos de Bosaipo tinham prioridade pela classificação no Sistema Apolo. “Quando baixaram os processos do Superior Tribunal de Justiça, nós percebemos que eles estavam quase todos na mesma fase, com exceção daqueles que tinha sido extinta a punibilidade devido à prescrição. Os pedidos que estavam vindo eram todos muito parecidos”, declarou Clerie Mendes, à época.

A ex-assessora e hoje suplente também declarou que a orientação dada por Selma era no sentido de negar pedidos considerados “impertinentes, protelatórios ou desnecessários”, que tivessem como objetivo adiar o julgamento.

Até 2014, o ex-conselheiro era processado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Quando deixou o TCE, por sua vez, cerca de 70 processos passaram a ser julgados por Selma, que arquivou aproximadamente 40 deles por prescrição. A Operação Arca de Noé foi deflagrada em 2002.

Primeiro Suplente

O primeiro suplente da juíza aposentada, por sua vez, é o ex-vereador de Sorriso Gilberto Eglair Possamai (PSL), que ficou conhecido nacionalmente depois ser alvo de uma investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) junto com Blairo Maggi (PP), à época senador por Mato Grosso e hoje ministro da Agricultura. Ele chegou a ser considerado “laranja” do progressista em virtude da compra de uma fazenda de calcário em Rosário Oeste.

A fazenda foi à leilão na Justiça do Trabalho e chegou a ser arrematada pelo ministro, que acabou desistindo do lance de R$ 22,7 milhões e sub-rogou o direito de arrematação a Gilberto Possamai, que arcou com o valor e adquiriu a propriedade.

O negócio levantou suspeita até mesmo de vendas de sentenças por juízes de Mato Grosso, cujas investigações correram desde 2005 sob segredo de justiça nas corregedorias da Justiça do Trabalho e do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

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