Policial militar há 24 anos, Rúbia Fernanda Diniz Siqueira (Patriotas) é a candidata ao Senado escolhida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
Coronel Fernanda, como é conhecida na corporação, avalia-se como uma mulher de “coragem”, que não tem medo de enfrentar os desafios e que decidiu encarar a eleição suplementar para defender os interesses de Mato Grosso e do governo que a escolheu.
A coronel afirma que nunca teve pretensões políticas, mas que ao receber o convite do presidente – feito em uma ligação em meados de fevereiro – resolveu aceitar sem hesitar, como “uma boa militar” cumprindo uma ordem.
Desde a primeira ligação, Rúbia permaneceu em silêncio. Não comentou nem com o marido, que também é militar, o que estava por vir.
E Bolsonaro pediu a ela apenas uma coisa: “que escolhesse os suplentes que comporiam sua chapa com idoneidade, sem problemas com a Justiça, com princípios cristãos, que valorizem a família e sem nenhum envolvimento com corrupção”, afirmou ao LIVRE.
“O presidente falou que tinha feito uma nova avaliação e que gostou do meu perfil”, contou Rúbia, que conheceu o presidente pessoalmente no começo deste mês, quando viajou a Brasília. Desde então, eles têm mantido contato diariamente via WhatsApp.
A intenção de Bolsonaro, segundo Rúbia, é vir a Mato Grosso para participar da campanha. Ela diz acreditar que a pandemia do novo coronavírus não deverá atrapalhar.
Mulher, cristã e de direita
Estreante na política, Rúbia, até então, estava no anonimato. Ela afirma que suas redes sociais eram apenas voltadas para familiares e amigos, mas agora serão suas principais ferramentas para pedir voto.
“Será uma campanha com economia, aliada às redes sociais. Vamos precisar de voluntários e de apoiadores em todo o Estado”, enfatiza.
Cristã evangélica, mãe de quatro filhos, a coronel se considera alinhada ao pensamento de direita e ao do governo Bolsonaro. Como sua principal bandeira ela defende a segurança pública, mas garante que, como senadora, quer voltar sua atenção para o desenvolvimento econômico-social.
“Não existe como trabalhar apenas um pilar. Vamos trabalhar um conjunto de forma sistemática. Se um ponto está fora, a cadeira fica fragilizada. Queremos trazer recursos para estradas, a ferrovia até Cuiabá e garantir que todos possam escoar sua produção”, defende.
“Vim para vencer”
Coronel Fernanda diz que enfrentará a “velha política” e avalia que tem “humildade” o suficiente para isso.
“Eu vim para vencer. Custe o que custar, eu não vou desistir. A diferença está nisso. A humildade é o segredo de tudo. Eu só cheguei onde cheguei sendo humilde, e sendo eleita senadora não vou mudar”.
Para a candidata, o efeito Bolsonaro será mais forte nestas eleições do que nas eleições 2018, que beneficiou a senadora cassada Selma Arruda (Podemos), que obteve 678.542 votos.
Na avaliação de Rúbia, a diferença é que, à época, a então candidata Selma Arruda se intitulou a “senadora de Bolsonaro”, enquanto que, desta vez, foi o próprio presidente quem apresentou sua candidata.
Ela também é enfática ao afirmar que não aceitará ataques à sua família. “Quem está concorrendo a eleição sou eu, e não a minha família. Eu peço: respeitem minha família. Eu nunca expus minha família a nada. De boazinha e uma pessoa centrada sou capaz de fazer qualquer coisa para defender minha família e ir até as últimas consequências”, pontua Rúbia, em relação a judicializar qualquer possível ofensa proferida como ataque a seus familiares.
Candidatura ao Senado
Rúbia encabeçará uma chapa pura formada apenas por filiados ao Patriotas. Ela escolheu para ser seu primeiro suplente o ex-deputado federal Victório Galli, e o tenente da PM, Luciano Esteves Corrêa, será o segundo suplente.
Ela afirma que muitos políticos – inclusive alguns que vão concorrer ao Senado – já tentaram se aproximar dela no intuito de se aproveitar do apoio que tem recebido de Bolsonaro.
Todavia, diz que seu projeto está definido e que está pronta para enfrentar os ataques, que segundo a candidata já começaram para tentar tirá-la do jogo eleitoral.