O ex-governador Silval Barbosa (sem partido) prestou depoimento nesta terça-feira (16) no Fórum de Cuiabá e aproveitou para alfinetar a senadora Selma Arruda (PSL), juíza aposentada que julgou os primeiros processos que levaram à prisão dele.
Silval disse que não medir a juíza aposentada com a régua dele e lamentou o fato de uma conhecedora da lei ser punida por praticar crimes eleitorais.
“Eu não meço ela com minha régua, não meço. Ela se julga tão conhecedora da lei e praticar os crimes cometidos por ela, como mostra na imprensa, é muito grave. Eu cometi alguns crimes e estou colaborando com a Justiça. Ela deveria fazer o mesmo, confessar que errou, que fez ‘caixa 2’ e uma campanha extemporânea, com recursos que só ela sabe explicar [de onde vieram]”, disse.
Silval se disse tranquilo com o que já praticou, lembra que, num primeiro momento, estava se defendendo das acusações do Ministério Público. Mas, que depois, viu que poderia colaborar com a Justiça para que ela fosse célere.
[featured_paragraph]“É o que ela devia estar fazendo e não arrumar todos os mecanismos para protelar o processo. É assim [colaborar com a Justiça] que tem que fazer quem conhece a lei”, destacou o ex-governador.[/featured_paragraph]
Disse ainda que o mesmo serve para o também ex-governador Pedro Taques (PSDB). Para ele, o tucano agiu como paladino da moralidade mesmo não sendo isso. E lembrou do acordo de delação premiada no qual contou que teria feito um acordo com Pedro Taques durante o processo eleitoral de 2014.
Segundo ele, o acordo envolveria a JBS, empresa que também fez delação premiada. “Arrumei, via JBS, dinheiro para a campanha dele em um acordo. Todo mundo fala, agora é só ler e ver, é o que estão fazendo, está aparecendo tudo de errado que ele fez. Isso é bom pra Mato Grosso, vai passando a limpo”, contou.
Por fim, Silval destacou que o Estado recuperou mais de R$ 2 bilhões e que isso seria fruto de sua colaboração com a Justiça.
