Cidades

Mofo e alagamento: população reclama de estrutura de unidade de saúde de Cuiabá

Quem faz uso dos serviços da unidade pontua que situação está cada dia pior e atendimentos chegam a ser realizados debaixo de uma árvore no pátio do Centro

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Mofo e alagamento: população reclama de estrutura de unidade de saúde de Cuiabá
Caps AD III, no Jardim Europa, em Cuiabá, está com problemas na infraestrutura e precisa passar por reforma (Foto: Natália Araújo / O LIVRE)

As paredes antes brancas hoje estão pretas após serem tomadas pelo mofo. Os aparelhos de ar condicionado existem, mas funcionam precariamente ou já estão completamente estragados. Nos dias de chuva, as salas ficam alagadas e inutilizáveis. Essa é a situação do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Adolescer Maria José da Silva Rado, em Cuiabá.

O Caps AD III está localizado no Bairro Jardim Europa, em Cuiabá, e foi inaugurado oficialmente há nove anos, apesar de estar em atividade antes disso. A unidade é um serviço do Sistema Único de Saúde e oferece tratamento psicológico e psiquiátrico continuado para crianças, adolescentes e seus respectivos familiares, além de acompanhamento para os casos relacionados ao uso de álcool e drogas.

O cenário tem gerado indignação aos responsáveis pelas crianças e adolescentes que fazem tratamento ali. Ana Cristina Gatta relata que a filha de 15 frequenta o Caps desde setembro do ano passado para tratar a depressão e transtorno da ansiedade.

“Desde o começo eu já percebi os sinais de mofo e o cheiro forte”, relata a mulher. “A minha apreensão é que os atendimentos, que já estão esporádicos, parem de vez, por conta da falta de estrutura”, complementa.

Suellen Marques, de 32 anos, já vive a realidade da interrupção. A filha dela, uma adolescente de 14 anos, há dois está em tratamento no Caps, também contra ansiedade e depressão, além de fobia social.

Conforme os frequentadores, as paredes estão tomadas por mofo e os aparelhos de ar condicionado funcionam precariamente ou já estragaram completamente (Foto: Divulgação)

Em dezembro, por conta do fim de ano, as terapias em grupo foram suspensas e até agora não retornaram porque não há salas com a estrutura necessária para o trabalho.

“Ali ela fez amigos, quando vai fica bem feliz”, conta a mãe. “Agora não tem sala para fazer a terapia, as salas ali são velhas, com cheiro de esgoto”, relata.

A jovem passou por uma consulta com a psiquiatra na semana passada. O atendimento foi realizado debaixo de uma árvore.

“Eu também precisei cobrar que a médica olhasse o caso de uma outra forma, minha filha não pode consultar só de dois em dois meses”, reclama.

Quando chove, o local fica completamente alagado (Foto: Divulgação)

A falta de médicos especialistas para acompanhar os pacientes também é pontuada por Janaína Domingos Landim de Siqueira, de 42 anos. A filha da confeiteira tem 12 anos e faz tratamento para depressão há um ano.

“Ela precisa de uma terapia eficaz, passou por consulta com o psiquiatra, que receitou remédios, mas eles deixam ela dopada. Isso não é tratamento”, argumenta. “Ainda não vi nenhuma evolução. Mas há pessoas que conseguem ajuda ali. Se o que está ruim parar, onde iremos?”, questiona.

O que diz a Secretaria Municipal de Saúde?

A titular da Secretaria Municipal de Saúde, Suelen Alende, informou, via assessoria de imprensa, que já existe uma ação no Ministério Público do Estado (MPE), o qual notificou a Pasta.

Foi realizada uma vistoria no local pela Promotoria e pela SMS, e serão providenciados os devidos trabalhos de reparo e manutenção no Caps AD III.

Não houve detalhamento quanto à previsão de início dos serviços ou como funcionarão os atendimentos durante as obras.

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