As advogadas e esposas dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli e Gilmar Mendes atuaram em um caso milionário envolvendo disputa de terra em Mato Grosso que, no fim do ano passado, foi encerrado após acordo entre as partes.
O caso de Mato Grosso foi citado em matéria do site O Antagonista, publicada nesta sexta-feira (27), que traz denúncia contra Toffoli e sua esposa, Roberta Maria Rangel, de indícios de irregularidades em transações financeiras e atuação em causas multimilionárias.
O processo do Estado estava no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e envolvia um embate não exatamente pelas terras, mas pelas plantações de soja existentes nelas. Uma das partes contratou o advogado Sérgio Bermudes, sócio de Gilmar Mendes, mulher do ministro Gilmar Mendes, que por sinal é mato-grossense, e a outra parte contratou a mulher de Toffoli.
Por fim, os dois escritórios venceram a ação e, segundo a reportagem, documentos deixam claro que Roberta Rangel “se deu bem” com o acerto.
Denúncia
O Antagonista apresenta indícios de irregularidades cometidas pelo ministro e sua esposa e ex-sócia na advocacia eleitoral. O site levanta suspeita sobre as transações do casal e a omissão do Banco Mercantil do Brasil, especialmente pelo sucesso repentino de Roberta Rangel nas bancas de Brasília e sua prosperidade no STJ, em consonância com a ascensão na carreira de Toffoli, que assume a presidência do STF em setembro.
Segundo a matéria, Toffoli, cujo salário é de R$ 33 mil, recebe uma mesada de cerca de R$ 100 mil por mês de Roberta Rangel. O dinheiro é depositado em uma conta conjunta do casal no Mercantil, mas a transferência mensal vem sempre de uma conta dela no Banco Itaú e tudo indica que a conta é utilizada somente por Toffoli.
Isso porque, conforme o site, o procurador autorizado a movimentar a conta é assessor de gabinete do ministro e os recursos são retirados para bancar despesas exclusivas dele, a exemplo da transferência mensal de R$ 50 mil para Mônica Ortega, sua ex-mulher.