A digital influencer Lidiane Campos, esposa do ex-deputado federal Adilton Sachetti, deve ser ouvida pela Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito de Rondonópolis (212 km de Cuiabá) ainda nesta semana. A informação é da Polícia Civil.
Lidiane é acusada de se envolver em um acidente com uma motocicleta, causar a morte de uma criança e fugir do local. O acidente aconteceu na noite de domingo (11). Até o momento, apenas seu advogado, Wilson Lopes, se apresentou à delegacia.
À imprensa, o advogado negou que Lidiane estivesse em alta velocidade no momento do acidente. Ele destacou que ela pretendia fazer uma conversão à direita, e que, para tanto, teria reduzido a marcha. A conversão apenas não foi feita porque a motocicleta teria aparecido de forma repentina.
“Se a Lidiane estivesse em alta velocidade, certamente o airbag teria acionado. E todo o dano que se verifica no veículo conduzido por ela é apenas na parte plástica, no parachoque”, observou.
Wilson Lopes também negou que a mulher tenha fugido do local do acidente. Segundo a defesa, ela teria ficado desnorteada com o caso e não conseguiu frear o veículo. Assim, percorreu mais alguns metros. Ela virou em uma via na contramão quando um grupo de pessoas passou a persegui-la, para que parasse o veículo.
O advogado também afirmou que foi uma testemunha quem auxiliou a mulher a acionar o socorro, e que a mesma pessoa foi quem a levou para a casa do ex-deputado, naquela noite. Segundo ele, Lidiane temia represálias.
“Ela viu que algumas pessoas estavam vindo em sua direção e se assustou”, alegou. “As pessoas pararam-na, bateram com o capacete no veículo, para ela parar”.
Suporte
Lopes também negou que a digital influencer tenha deixado de dar suporte para a família envolvida no acidente.
Ele afirmou que esteve pessoalmente no local da batida, assim como na delegacia e no hospital. O jurista ainda observou que deixou seu contato com plantonistas do hospital, porque a família tinha acabou de sair do local.
Ainda segundo o advogado, o próprio ex-deputado, Adilton Sachetti, teria pedido que uma psicóloga estivesse à disposição da família, no velório da criança. Contudo, a profissional teria sido rechaçada pelos ocupantes da motocicleta.
Inquérito
Depois do caso, a Polícia Civil de Rondonópolis instaurou inquérito policial para apurar o acidente. A delegada Ludmila Zorzetti Vendramel é quem coordena as investigações.
Segundo a chefe das operações, primeiro deverão ser ouvidos o pai da criança e duas testemunhas. Só depois a condutora do veículo, Lidiane, será chamada.
A delegada adiantou que, conforme informações do boletim de ocorrência, Lidiane pode ser indiciada por homicídio culposo e omissão de socorro. No entanto, os trabalhos de investigação ainda estão em andamento.