Escolas particulares de Cuiabá (MT) irão manter a cobrança das mensalidades caso o tempo do isolamento social seja prolongado em junho. As instituições afirmam que o calendário letivo de 2020 já estourou e as aulas devem ir ao menos até à semana do Natal.
Essa data é a previsão menos esticada das aulas, para cobrir a regra do Ministério da Educação (MEC) de 200 dias/aula e não menos que 800 horas/aula para cada calendário.
“Se aulas retomarem no dia 15 junho, as aulas já vão até o Natal e Ano Novo. Se voltar somente em agosto, como vem sendo ventilado na Assembleia Legislativa, aí nós vamos até fevereiro”, explica o diretor administrativo do colégio Fato, professor Frankes Márcio Batista Siqueira.
Segundo ele, o estouro do calendário não acarretará alteração nos contratos assinados pelos pais no início deste ano e não haverá mensalidade para os meses de 2021 que entrarem no calendário deste ano.
Pais revoltados
Pais de alunos procuraram o LIVRE para dizer que estão revoltados com algumas escolas, que sequer estão dando descontos nas mensalidades, o que seria razoável num período em que seus filhos estão em casa.
“Tem escola que simplesmente diz ao pai: ‘se não quiser pagar, tire seu filho da escola'”, afirmou um deles.
Projeção de retorno
A projeção de retorno às escolas para agosto tem sido feita pela comissão especial da Assembleia Legislativa, que analisa medidas de proteção contra o novo coronavírus com a volta às aulas.
O presidente da comissão, deputado Valdir Barranco (PT), diz que agosto é “mês menos arriscado”, quando a curva atual da incidência do contágio terá começado a cair.
“Não vamos ter que cumprir os dias e horas/aulas sem que seja cobrada mensalidade dos pais. Então, eles não estão fazendo nenhuma benesse para as escolas”, disse o professor.
Transferência de contas
As escolas particulares afirmam que, mesmo com suspensão das aulas presenciais, dívidas continuaram e ser feitas para atender a demanda online.
Foram assinados contratos para a transmissão virtual das aulas tira-dúvidas e a disponibilidade de espaço de arquivo em nuvem para armazenar as aulas gravadas pelos professores.
“O custo de aplicativo para as aulas de tira-dúvidas é de 4,5 dólares por aluno, o contrato de arquivo em nuvem, onde os professores mantêm as aulas gravadas disponíveis para os alunos é de R$ 14 mil. Economizamos na energia para gastar em novos mecanismos”, explica Frankes Márcio.
As despesas ocorrerem no mesmo período em que o nível de inadimplência chega a 60% dos contratos dos alunos.