Cidades

Escalonamentos, impasses e taxação do agro: as duas primeiras semanas de Mauro Mendes

3 minutos de leitura
Escalonamentos, impasses e taxação do agro: as duas primeiras semanas de Mauro Mendes
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Nas duas primeiras semanas de mandato, o governador Mauro Mendes (DEM) desagradou servidores públicos, enfrentou ameaça de pedidos de demissão em massa e greve geral, mandou fazer uma varredura no Palácio Paiaguás e enfureceu o agronegócio.

Nesse período, também já mudou de ideia. Bastou uma semana para ele abandonar o plano de ficar debruçado sobre números em seu gabinete durante todo o mês e começar a dialogar.

Em seu primeiro ato, já no dia 2, Mauro regulamentou o horário de expediente do funcionalismo público do Estado, determinando que todos os contratados para jornada de 40 horas voltassem a cumprir às 8 horas diárias. Dois dias depois, anunciou, por meio de nota, o escalamento dos salários de dezembro e o parcelamento do 13º remanescente de 2018, com pagamento a partir de 31 de janeiro.

No dia 7, dia em que resolveu mudar o tom e abrir diálogo com os setores envolvidos nas decisões do governo, se reuniu com o Fórum Sindical e comunicou a intenção de parcelar os salários deste ano dos servidores. A ideia era, a partir de fevereiro, pagar o mesmo valor a todos os funcionários no mesmo dia e, os que ganhassem acima disso, teriam os salários completados ao longo do mês, conforme entrassem recursos nos cofres estaduais.

Insatisfeito, o Fórum Sindical anunciou a possibilidade de deflagração de uma greve geral a partir de fevereiro, caso o governador não apresente novas propostas. Os servidores de carreira da saúde, inclusive, já aprovaram um indicativo de greve para 12 de fevereiro, com paralisação de 24 horas.

Ainda no dia 7, cerca de 60 médicos que compõem a equipe médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da Baixada Cuiabana anunciaram um pedido de demissão em massa devido às condições de trabalho às quais estão sendo submetidos. No dia seguinte, o governo assegurou medidas emergenciais para regularizar os problemas e garantiu que todos permaneceriam no trabalho.

Na segunda semana de gestão, Mauro também protocolou na Assembleia Legislativa cinco projetos que buscam equilibrar o caixa do Estado. Inicialmente, ele havia anunciado que simplesmente entregaria as matérias ao Legislativo, mas depois resolveu apresenta-las aos deputados estaduais e aos setores envolvidos, como o agronegócio.

O setor produtivo, por sua vez, se manifestou contra a proposta e criticou o fato de Mauro ter se recusado a debate-la. Na sexta-feira (11), o Fórum Agro comunicou que irá apresentar, nesta segunda-feira (14), uma contraproposta de reedição do Fundo de Transporte e Habitação, Commodities e Adicional (Fethab 2) ao governador e aos parlamentares.

Na primeira semana, o governador também determinou a realização de uma “varredura” em todas as salas do Palácio Paiaguás. Sucessor do governo marcado pelo escândalo conhecido como Grampolândia Pantaneira, essa foi uma das  primeiras medidas de segurança de sua gestão.

Com indícios de super salários entre os servidores públicos da ativa, Mauro ordenou a realização de uma auditoria na folha de pagamento de dezembro do ano passado. Isso porque, uma análise prévia já teria constatado motorista com salário de R$ 15 mil e assistentes de serviços gerais, “que servem cafezinho”, ganhando R$ 13 mil.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes