Cuiabá

“Eram conversas de cabeleireiro”, diz Selma sobre grampos de ex-amante de secretário

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“Eram conversas de cabeleireiro”, diz Selma sobre grampos de ex-amante de secretário

A juíza Selma Rosane Arruda presta depoimento na tarde desta segunda-feira (26) no julgamento de militares acusados da prática de grampos ilegais. O depoimento ocorre na Vara Militar de Cuiabá. A juíza chegou a assinar mandados de escutas legais que acabaram vitimando pessoas cujo teor de conversas eram de interesse de membros do primeiro escalão do Governo Pedro Taques.

Selma explicou porque concordou, ainda em 2015, com o entendimento do Ministério Público para encerrar a Operação Querubim, que interceptou Tatiana Sangalli, suposta amante do ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques. Ela disse acreditar ter sido “induzida em erro”.

“Eram conversas sobre cabeleireiro e coisas desse tipo. Não havia nada criminoso ali. Quando a autoridade policial recebe a denúncia, ela faz diligências e depois apenas é que se chega a uma interceptação telefônica. Então a gente imagina que já existe alguma evidência”, afirmou Selma Arruda.

“Eu só soube dessa história muito depois, quando veio à tona essa questão dos grampos, quando a corregedoria fez um ofício solicitando que todos os magistrados analisassem se números tinham sido inseridos. Assim, eu descobri estes dois números nas operações Forti e Querubim. Doutora Ana assinou o pedido e eu lembro que o Rafael [Meneguine] assinou os relatórios”, disse a juíza

A operação Forti foi deflagrada no início deste governo, e o promotor Mauro Zaque era o secretário. Ela visava a detectar organizações criminosas como o Comando Vermelho e o PCC.

Segundo Selma, os áudios não foram devolvidos ao final da operação.

“Fiquei muito preocupada com o que constatei e fiz um ofício ao presidente do TJ, outro ao procurador-geral do MP – porque havia parecer positivo do MP – e comuniquei o governador porque na época o secretário era um delegado, o doutor Rogers, e eu não sabia até que ponto poderia haver amizade”, afirmou. “Era uma lista extensa e a gente não fica analisando pormenores. Não se faz isso”.

Sobre a operação Querubim, Selma Arruda disse que havia, por parte da Polícia Civil, a preocupação de que o governador fosse vítima de um atentado arquitetado por Arcanjo Ribeiro. “O Flávio Stringueta me procurou e disse que havia risco de atentado contra a vida do governador e que havia uma mulher, possivelmente uma prostituta, que estaria envolvida com o Arcanjo. E também me falou que haveria uma mulher infiltrada no governo passando informações”.

 

 

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