Durante a sessão dessa terça-feira (9) no Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes não poupou críticas ao trabalho do ex-juiz Sérgio Moro, bem como à operação Lava-Jato e seus integrantes.
De acordo com o ministro, o trabalho de Moro como juiz do caso teria sido autoritário e pode ter violado as regras processuais brasileiras.
“A posição do juiz, referenciada nas mensagens como ‘o russo’, não sei qual a razão, era de um verdadeiro legislador positivo, que criava suas próprias regras e fases processuais. As idiossincrasias da atuação do magistrado não passavam despercebidas, nem mesmo pelos membros da chamada ‘equipe Moro’, como se auto intitulavam os procuradores da força-tarefa”, disse Gilmar Mendes.
Ainda segundo o ministro, em alguns momentos, o trabalho da Lava Jato pode ser comparado aos regimes totalitários. O ministro disse também desconfiar da investigação.
“Isto envergonha os sistemas totalitários, não tiveram tanta criatividade. Da União Soviética, da Alemanha Oriental. É disto que nós estamos a falar. A não ser, como eu disse, e dou o benefício da dúvida, que se prove que isso não existiu, que é obra de um ficcionista”, concluiu o ministro.