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Entidade pede ajuda a crianças com câncer em Cuiabá

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Entidade pede ajuda a crianças com câncer em Cuiabá

Ednilson Aguiar/Olivre

AACC

Na sede da AACC são servidas quatro refeições diárias aos pequenos pacientes

Alisson Carvalho, 6 anos, de Cuiabá e Gabriel Albuquerque, 4 anos, de Rondonópolis são duas crianças que têm três coisas em comum: sofrem de algum tipo de câncer, fazem tratamento na capital e precisam de doações.

Alisson tem um tumor na cabeça e, pelas dificuldades do tratamento, precisa se alimentar com o chamado “suplemento enteral” – são 32 latas ao mês, que não cabem no orçamento da família que mora uma ocupação no bairro Jardim Vitória. Já Gabriel, precisa de 28 latas do mesmo tipo de suplemento, que não tem sido fornecido pelo Estado.

Em geral, pacientes com câncer perdem o apetite e terapias como quimioterapia e radioterapia acabam por causar complicações, como feridas na boca, o que obriga a criança a ter aplicada uma sonda, pela qual é feita a alimentação.

A nutricionista Ariadne Silvestre, da Associação de Amigos da Criança com Câncer (AACC-MT), afirma que alguns dos pequenos pacientes chegam a perder 15% de seu peso em apenas dois meses de tratamento. A diminuição do peso traz uma baixa na imunidade, que pode comprometer a luta contra o câncer.

A AACC-MT presta diversos serviços às crianças em Cuiabá, mas tem passado por dificuldades financeiras, não conseguindo suprir toda a demanda. A instituição faz uma campanha para receber doações em dinheiro, roupas, alimentos e suplementos alimentares que sirvam aos pequenos pacientes.
“Aqui, a gente busca garantir para as crianças o direito à vida, e a uma vida em abundância”, diz Benildes Firmo, vice-presidente da AACC-MT.

Na sede em Cuiabá, a instituição oferece quatro refeições diárias e mais frutas, e as crianças têm acesso a aulas de música, informática, brinquedoteca e outras atividades que criam um ambiente lúdico durante o tratamento de uma doença com altos índices de morte.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer infantil engloba um grupo de doenças que têm como característica a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Os tumores mais comuns na infância e na adolescência são as leucemias, que afetam a produção de glóbulos brancos), e os cânceres do sistema nervoso.

Assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos.

Entre pacientes que ficam hospedados na sede da AACC-MT e outros atendimentos, a instituição atende, em média, 450 pessoas por mês com um orçamento de cerca de R$ 180 mil. São 38 pessoas entre assistentes sociais, cozinheiros, nutricionista, administração e motoristas prestando serviços diretamente às crianças e suas famílias.

Ednilson Aguiar/Olivre

AACC

Benildes Firmo, vice-presidente da instituição

A demanda tem crescido. Em todo o ano de 2016, a AACC-MT cadastrou 56 novos pacientes. Apenas no mês de novembro de 2017 já foram registradas mais 12 crianças para atendimento, o que coloca em risco a continuidade do atendimento na instituição.

A associação também se mobiliza para ajudar as crianças depois que elas saem do tratamento hospitalar. Benildes cita diversos casos de reformas nas casas das crianças que foram viabilizadas com doações de parceiros da entidade existem – o ambiente é um fator importante para que o tratamento tenha sucesso.

“Se não for feito esse tipo de acompanhamento a gente põe todo o esforço a perder”, diz. “Não adianta atender 101% aqui se na casa dela não tem o ambiente adequado para que ela se recupere”, completa.

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