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Enquanto as convenções não chegam

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Enquanto as convenções não chegam
(Foto: Rodrigo Villalba/Futura Press/Estadão Conteúdo)

A estreia da seleção foi frustrante. Nosso ídolo maior, Neymar, além de não jogar o mínimo que dele se esperava, ainda serviu de chacota mundial com aquele cabelo loiro ridículo. Ainda bem que ainda teremos mais dois jogos, onde a nação brasileira espera que o time de Tite renda aquilo que vinha rendendo na preparação. Diante da frustração que vive o país em geral, o hexa seria o bálsamo para reerguer a esperança do brasileiro.

Aqui, pelo nosso quintal, as decepções não foram diferentes. Os temperos dos caldeirões políticos parecem não se entenderem, independente do Chef que manobre a mistura. Senão vejamos:

Pelos lados do Paiaguás parece a cada dia fica mais difícil as coisas melhorarem. Taques afronta o cidadão e coloca no seu bolso a conta de escolta policial da juíza aposentada Selma Arruda, ao arrepio do Tribunal de Justiça que, depois de uma avaliação técnica, resolveu retirar-lhe o benefício. E não ficou por aí. Um juiz de Sinop, além de proibir a escolta paga pelo Estado, liminarmente, declara que só não o afastou das funções de governador porque o vereador sinopense, autor do pedido, não pediu o afastamento por ato de improbidade

Arruda, a juíza aposentada, não se dá por vencida: perdido o benefício tanto do Judiciário, como do Executivo, sensibilizou um empresário que resolveu conceder-lhe ilegalmente a mordomia a que se acostumara durante o tempo em que exercia a magistratura, a título de cortesia. Não se sabe a que custo, mas por ser pré-candidata está impedida de receber qualquer benefício, ainda que de pessoas físicas. Imaginem se cada juiz ou membro de qualquer outro poder e que no exercício de sua função tenha contrariado interesses fosse exigir escolta particular. Seria um verdadeiro desatino.

Pelos lados do DEM, a maionese está a ponto de desandar. Em reunião no final da semana retrasada, reuniram-se os caciques e, de posse de uma pesquisa encomendada pela nacional do Partido, estufaram o peito e pensaram que, por fim, acabara a indecisão de Mauro: a candidatura estava garantida! Na entrevista do presidente regional a uma emissora de rádio, Mauro havia autorizado colocar seu nome e correrem juntos o Estado, para mostrar a candidatura ao povo mato-grossense. No dia seguinte, Mauro Mendes vai à imprensa e diz que, na verdade, autorizou trabalharem o seu nome, mas uma decisão de verdade só poderia ser dada em 30 de junho, se a “estrutura” da campanha fosse viabilizada e que ele não terminasse a eleição com “restos a pagar”. Ou seja: se me quiserem paguem a conta porque não tenho dinheiro.

O caldo azedou ainda mais, quando no final de semana, durante a viagem ao Araguaia. No sábado, após percorrerem vários municípios, na cidade de São Félix do Araguaia, que festivamente aguardava a comitiva com as principais lideranças do DEM, aconteceu o imprevisto não planejado: Mauro Mendes alegou ter recebido uma ligação informando-o de que necessitava voltar urgentemente para Cuiabá. Uma pequena fala no aeroporto aos que foram recepciona-lo e, sob olhar atônito de todos os companheiros, retornou à capital. O compromisso não informado? participar do casamento da filha do irmão de Eraí Maggi.

Pivetta que tanto lutou pela candidatura de Mauro diz não abrir mão de disputar a cabeça e que aliança com Mauro só num eventual segundo turno. Nos bastidores, porém, fala-se que a conversa existe, mas há uma barreira intransponível: Pivetta não quer bancar a campanha de Mauro Mendes.

Wellington, animado com as pesquisas do IBOPE e do DEM, ameaçou entrar na campanha. Em entrevista a duas rádios na segunda, quando diretamente confrontado se não recuaria e se levaria até o fim a candidatura ao Governo, espanou. Deixou para afirmar isso em outra oportunidade. Diferente de Mauro Mendes, ele está construindo a sua candidatura, enquanto o outro autorizou a trabalharem o seu nome, se arranjarem dinheiro, é claro!

A boa para Várzea Grande, foi a decisão do TRE mantendo a prefeita Lucimar à frente do município. Isso foi, nesses tempos de administrações nefastas, tão comuns por essas bandas, um prêmio à gestora que está mudando a cara da cidade. Com isso, Jayme de ânimo renovado, é capaz de encarar a luta, dar um basta a Mauro Mendes e exercer, de fato, o comando do DEM aliando-se a Wellington, disputando o senado e chamando Taques para briga.

A semana promete fortes emoções, além do jogo do Brasil na sexta. Taques vestiu a armadura e já partiu para a guerra em cima de Mauro e do Wellington. Parece estar aguardando a definição de Pivetta para chama-lo, também, para o ringue. Enquanto os adversários – ou serão inimigos? – não põem a cara, vai desfilando pelos veículos da capital mostrando realizações que devem estar acontecendo sob a gestão de outros governadores em outros estados. Aqui em Mato Grosso, pela rejeição apontada nas pesquisas e pelo que se vê e o que se ouve nas ruas, elas só acontecem nos seus mais deliciosos sonhos. A realidade que se nos apresenta está mais para o artigo do jornalista Augusto Nunes publicado aqui em O Livre. E, assim, vamos seguindo, enquanto o quadro não se define.

*Ricarte de Freitas
Advogado, analista político e ex-parlamentar estadual e federal

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