Consumo

Energia mais cara: Aneel autoriza aumento de 52% na bandeira vermelha a partir de julho

Alteração foi justificada pela crise hídrica que assola o país e impactou no custo de produção

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Energia mais cara: Aneel autoriza aumento de 52% na bandeira vermelha a partir de julho
(Foto: Ednilson Aguiar / arquivo / O Livre)

Além de entrar no mês de julho com bandeira tarifária vermelha patamar 2, em razão da seca nas principais bacias hidrográficas, o consumidor brasileiro vai sentir o aumento de 52% no valor da energia elétrica.

Conforme divulgado nesta terça-feira (29.06), pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a bandeira vermelha patamar 2, que está sendo aplicada hoje, passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos.

Para chegar a este valor, a Agência alega “custos de geração de energia elétrica decorrentes da conjuntura hidrológica de exceção vivenciada neste momento, a pior desde 1931”. Já em relação às demais bandeiras, a Diretoria da Aneel deliberou que a amarela custará R$ 1,874 a cada 100 kWh, e a vermelha patamar 1 R$ 3,971 a cada 100 kWh.

O Procon-MT alerta que a atual bandeira deve perdurar até o mês de novembro de 2021, conforme expectativa da própria Aneel, impactando diretamente na vida dos consumidores.

Engenheiro eletricista e membro do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica do Estado de Mato Grosso (Concel/MT), Teomar Magri lembra que o consumidor acaba pagando de todas as formas, tanto na conta de energia quanto na aquisição de bens e serviços, já que o reajuste da bandeira será repassado por fornecedores e fabricantes.

“A energia elétrica mais cara gera inflação e encarece toda uma cadeia de consumo. E a conta, como sempre, chega para os consumidores, que já estão fragilizados neste momento de crise sanitária com desemprego alto, perda de renda e inflação. Uma alta na conta de energia neste momento só piora essa situação”, avalia o especialista.

O secretário adjunto do Procon-MT, Edmundo Taques, aconselha os consumidores a acompanhem o histórico de consumo, identificando: custos de geração e distribuição de energia; os meses em que houve aumento da demanda por energia elétrica; o comparativo com períodos anteriores; e os hábitos de consumo da família. Acompanhar regularmente fatura é o primeiro passo para identificar qualquer irregularidade e cobrar seus direitos.

Conforme a Aneel, uma nova consulta pública será aberta nos próximos dias para avaliação do valor da bandeira tarifária patamar 2.

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Em junho, as principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN) registraram os níveis mais críticos da história, com reservatórios abaixo do esperado para essa época do ano. Essa situação resulta em produção hidrelétrica reduzida e, consequentemente, necessidade de acionamento de termelétricas – que é mais cara.

E o mês de julho, segundo Aneel, inicia com a mesma perspectiva desfavorável. “Essa conjuntura pressiona os custos relacionados ao risco hidrológico e o preço da energia no mercado de curto prazo, levando à necessidade de acionamento do patamar 2 da bandeira vermelha”.

Criado pela agência reguladora, o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo da energia gerada, alertando os consumidores para o bom uso da energia elétrica. As cores verde, amarela e vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração.

(Da Assessoria)

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