Comportamento

Empresários de Cuiabá contornam crise alugando equipamentos de academia fechada

As bikes e kits de ginástica não param de circular; iniciativa já pode ser considerada case de sucesso

4 minutos de leitura
Empresários de Cuiabá contornam crise alugando equipamentos de academia fechada
Juliana Piaia e Emerson Pael fizeram "do limão, uma limonada" (Reprodução/Facebook)

Tais quais outros empresários do segmento das academias em Cuiabá, Juliana Piaia e Emerson Pael, que estão à frente da Proenergy, tiveram que baixar as portas de uma hora para outra.

Mais de 650 clientes tiveram que deixar de frequentar à academia e os funcionários, foram afastados. Efeitos da pandemia do coronavírus.

Mas como esperar tudo passar, sem saber quanto tempo seria exigido de distanciamento social? A angústia logo se dissipou quando uma amiga de Juliana “acendeu a lâmpada”.  “Ela disse: ‘por que vocês não alugam os equipamentos?'”.

Juliana correu para o sócio, que é seu marido, e deu a ideia. “Parecia que ele não tinha dado bola, mas quando voltou para casa, logo já estávamos arrumando tudo”. O carro que eles têm com carroceria ajudaria no transporte dos equipamentos.

“Corri para o computador, fiz o contrato de locação e divulgamos o serviço em grupos de WhatsApp pontuais. Rapidinho já tinha gente interessada”, relembra. No meio da semana, apenas duas das 23 bikes estavam disponíveis. Os 24 kits de ginástica estão todos locados.

Bicicletas e kits de ginástica

Os preços de aluguel das bicicletas variam. As de spinning e ergométricas custam R$ 20 por dia, enquanto o preço da airbike é R$ 25. Os contratos, que antes eram feitos para um prazo de 10 dias, tiveram o período mínimo de locação prorrogados para 15 dias. “Estava ficando pesado para gente”.

O kit de ginástica que circula bastante, sai por R$ 15 ao dia. Ele vem com step, jump, barra com pesos, caneleira e colchonete. Há mais de 20 deles. E quem aluga, no 14º dia, recebe uma ligação perguntando se quer renovar o contrato por mais 15.

Logo, os pedidos para locação de esteiras pipocaram, mas essas não estão disponíveis. “As nossas ficam no piso superior e, se quebrar um painel, por exemplo, o reparo deve ficar em média R$ 3 mil. Não compensa tirá-las de lá”.

Segundo Juliana, a iniciativa ajudou muito para manter os custos que o novo coronavírus trouxe. “Temos um grande custo para manter a academia, mesmo fechada”. E, então, a ideia virou a salvação em tempos de vacas magras, além de um exemplo de empreendedorismo.

Reestruturação

Quanto à equipe, que antes do dia 23 de março era de 17 pessoas, sofreu uma grande redução. “Antes, quando ainda não sabíamos como tudo ia se desdobrar, demos férias. Depois, tivemos que desfazer contratos com prestadores de serviços. Para atender os funcionários contratados no regime CLT, recorremos à MP do governo federal”.

Em meio a tanta novidade, eles querem mesmo é voltar à tranquilidade da rotina com a qual já estão habituados. “A expectativa é de voltar no início de maio, mas já contamos com a possibilidade de uma nova avaliação da Prefeitura”.

LEIA TAMBÉM

Novas regras

Quantos aos clientes que já tinha antes de tudo isso ocorrer, Juliana se preocupa com o compromisso que a academia firmou com os que pagaram por pacotes antecipados. “Sabemos que a prioridade é atendê-los”.

Observando regras de flexibilização em outros Estados, os donos de academia em Cuiabá e a diretoria do Conselho Regional de Educação Física já vislumbram novas regras para atuação do segmento.

“Deve haver algo como agendamento de clientes para redução do número de pessoas circulando pela academia. É possível também que o ar-condicionado tenha que ser desligado. No nosso caso, temos climatizador também, que pelo visto, deve ser requisito”.

Roupas de malhar em domicílio

Enquanto isso, ela e o marido continuam focados no empreendimento. “Instalamos uma pia na entrada da academia”, conta.

Juliana também tem uma lojinha de roupas para malhar e, claro, encontrou também um jeito de vendê-las.

“Eu coloco em sacolinhas as peças, coloco em uma mala e deixou na casa dos clientes para eles experimentarem. Daí eles me ligam e eu vou até lá para buscar o restante e passar o cartão”. É o típico “se a vida te der um limão, faça uma limonada”.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes