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Empresário confirma lavagem de dinheiro em compra de terreno e pagamento a Silval

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Empresário confirma lavagem de dinheiro em compra de terreno e pagamento a Silval

O empresário Filinto Muller, delator da terceira fase da Operação Sodoma, confessou que abriu uma empresa de fachada no nome de um pedreiro identificado como Sebastião para desviar dinheiro referente à compra de um terreno ocupado pelo Jardim Liberdade, em Cuiabá, e que cobrou 3% do valor para fazer a lavagem do dinheiro para o grupo do ex-governador Silval Barbosa.

A empresa era a SF Assessoria e Organização de Eventos, criada em junho de 2013 por orientação do procurador aposentado Francisco de Andrade Lima Filho, o Chico Lima, para “receber valores maiores”. “Imaginava que iria chegar o final do mandato do Silval e fecharia a empresa, mandaria Sebastião de volta para Cáceres”, disse o empresário, isentando o pedreiro de qualquer conhecimento da fraude.

“Eu estava consciente que estava cometendo um crime, fazendo lavagem de dinheiro. Por isso, estava montando um dossiê”, declarou.

O Estado de Mato Grosso adquiriu o terreno da empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda pelo valor de R$ 31,7 milhões. Metade deste valor retornou ao grupo liderado pelo ex-governador Silval Barbosa por meio da SF Assessoria e Organização de Eventos. 

Dos R$ 15,8 milhões repassados ao grupo, R$ 10 milhões teriam sido direcionados ao ex-governador e, o restante, dividido entre os demais participantes do esquema: os ex-secretários, Pedro Nadaf, Marcel De Cursi, Arnaldo Alves de Souza Neto, Afonso Dalberto, além do procurador aposentado Francisco de Andrade Lima Filho, o Chico Lima.

O esquema apresentado por Chico Lima teria sido o seguinte: o Estado pagaria ao sr. Antônio e metade seria de Chico Lima, parcelado em oito vezes, entre abril e novembro de 2014. Filinto cobrava 4%, mas aceitou reduzir o percentual para 3% “para fazer a lavagem do dinheiro pura e simples”.

Filinto Muller relatou reuniões na casa dele e na Casa Civil, onde conheceu Pedro Nadaf e Afonso Dalberto. “Com o passar do tempo notei que, como eu fazia vários negócios com o Chico Lima, tinha sido chamado lá para mostrar que ‘olha, esse é o cara que vai receber'”.

O empresário também relatou que Nadaf disse que R$ 10 milhões seriam para pagar dívida de Silval Barbosa com Valdir Piran, que “ligava sete vezes por dia para cobrar o dinheiro”. Muller também classificou Chico Lima e Afonso Dalberto como “desesperados” pelo dinheiro.  

Acusados
São réus nesta fase da Sodoma: Silval Barbosa, Pedro Nadaf, Marcel de Cursi, Chico Lima, Silvio Corrêa, José Nunes Cordeiro – o Coronel Cordeiro, César Zílio, Pedro Elias, Rodrigo Barbosa, Arnaldo Alves de Souza Neto, Karla Cecília Cintra, Afonso Dalberto, Antônio Rodrigues Carvalho, Levi Machado de Oliveira, Alan Ayoub Malouf, João Justino Paes de Barros e Valdir Piran.

A análise da movimentação bancária da empresa SF Assessoria identificou feita pelo MPE itendificou que o Buffet Leila Malouf recebeu cinco cheques da empresa que lavou o dinheiro da propina, no valor de R$ 136 mil.

Um sexto cheque, emitido por Levi Machado de Oliveira, no valor de R$ 95 mil, foi compensado em favor da empresa Privilege Ville Incorporação Imobiliária SPE, também de propriedade de Alan Malouf, somando R$ 231 mil em propinas.

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