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Emocionados, militantes defendem legado de vereadora assassinada

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Emocionados, militantes defendem legado de vereadora assassinada

Cantos lastimosos, gritos de luta e em defesa da liberdade fizeram parte do ato organizado em Cuiabá para homenagear a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), morta na noite de ontem (14), no Rio de Janeiro. Manifestantes compareceram a Praça da República, no centro histórico da cidade, com lágrimas nos olhos e velas nas mãos.

O protesto começou no início da noite e contou com a presença de aproximadamente 300 pessoas. Parte dos manifestantes é ligada ao PSOL, partido de Marielle. Alguns, inclusive, conheceram pessoalmente a vereadora carioca. É o caso da estudante Naiana Marinho, de 23 anos.

“Quando eu soube da morte foi como tomar um soco no estômago. A morte dela é muito simbólica e é um recado para nós, que lutamos contra os mesmos problemas que ela lutava”, declarou ela emocionada.

Durante o protesto os manifestantes acenderam velas que foram deixadas no centro da praça. O motorista da vereadora, Anderson Pedro Gomes, também foi lembrado durante o ato. A vítima teve o nome aclamado pelos manifestantes durante o protesto.

Para o servidor público Vitor Souza, 32 anos, a morte da vereadora representa, na verdade, um exemplo de como o povo negro é vitimado no Brasil e afirma se tratar de execução com fins políticos.

“Eu acredito que tudo está interligado. Ela era relatora da intervenção, tinha denunciado crimes da polícia militar no Rio de Janeiro. Os elementos presentes hoje dão a entender que foi uma execução”, sentenciou ele.

Assassinato

Marielle, de 38 anos, foi assassinada com quatro tiros na cabeça na noite de ontem (14), quando ia para sua casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, após participar de evento ligado ao movimento negro, na Lapa. A parlamentar viajava no banco de trás do carro quando os criminosos emparelharam com o veículo da vítima e atiraram nove vezes.

O motorista Anderson Pedro Gomes, de 39 anos, que dirigia o carro da vereadora, também morreu na hora. Uma assessora da vereadora que estava no veículo sobreviveu ao ataque. Após passar por necropsia no Instituto Médico Legal, o corpo de Marielle será transportado para a Câmara de Vereadores do Rio, onde será velado.

Atuação política

Marielle foi a quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016 no Rio de Janeiro, com 46.502 votos. Nascida no Complexo da Maré, era socióloga, com mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), tendo feito dissertação sobre o funcionamento das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) nas favelas.

Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré. Também coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio. No primeiro mandato, Marielle era presidente da Comissão Mulher da Câmara dos Vereadores do Rio.

Recentemente, Marielli assumiu a relatoria da comissão da Câmara de Vereadores do Rio responsável por monitorar a intervenção federal na Segurança Pública do estado. Ela, com frequência, fazia denúncias contra a violência policial em comunidades.

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