O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) disse estar sendo “maliciosamente atacado” em relação às investigações da Operação Sangria, que chegou a resultar na prisão do ex-secretário municipal de Saúde Huark Correia. Segundo Emanuel, as supostas irregularidades dizem respeito a processos licitatórios e contratos realizados na gestão anterior.
“Eu honrei todos os contratos da gestão anterior. Gestão pública moderna e republicana é isso: você não olha para trás. Aquilo que está andando e dando certo você mantém, o que precisa ser melhorado, você melhora e o que precisa ser readequado, readéqua e não havia nenhuma denúncia até aquele momento [da deflagração da operação]”, declarou.
O prefeito sustentou que, como gestor, é o maior interessado na elucidação dos fatos e que a ordem é para que o Executivo disponibilize todos os documentos, inclusive, para a imprensa.
“O que já se ficou sabendo, nessa suposta delação, é que foi uma licitação feita em 2015, na gestão passada, primeiro em caráter emergencial, e depois, no final de 2015, dentro dos moldes normais, tradicionais, onde as mesmas empresas venceram”, pontuou.
Quanto a Huark, apontado como líder da suposta organização criminosa, que estaria “monopolizando” contratos no setor de saúde da Capital, Emanuel Pinheiro diz que nunca desconfiou dele e elogia seu perfil técnico.
“Quando o nomeei não pesava nada contra ele. Ele é um grande técnico. Hoje, se temos o Hospital Municipal de Cuiabá funcionando, devemos demais à missão que eu dei a ele e esse perfil técnico que eu buscava para minha gestão. No mais, cabe à Delegacia Fazendária, ao Ministério Público e à Justiça investigar, elencar provas e punir os responsáveis no rigor da lei”, finalizou o prefeito.
“Sangria”
A Operação Sangria investiga supostas irregularidades que teriam sido cometidas em processos licitatórios e contratos firmados entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Cuiabá com as três empresas que formam o Grupo Prox. De acordo com as investigações, a suposta organização criminosa teria o intuito de monopolizar a saúde do Estado.
Na segunda fase da operação, deflagrada em dezembro do ano passado por obstrução à justiça e coação no curso do processo, chegou a ser preso o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia, acusado de ser o líder da “organização”.
Além dele, entre os alvos estavam três médicos, um gerente de licitação, um coordenador financeiro e funcionários das empresas prestadoras de serviços médicos hospitalares.