Embora tenha dito que uma decisão só será anunciada na sexta-feira (15), o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) pediu apoio dos deputados estaduais para a eventual intervenção administrativa da Prefeitura de Cuiabá na Santa Casa de Misericórdia. A ideia é de que o município assuma, temporariamente, a gestão do hospital filantrópico para que os serviços de atendimento à população voltem ao normal.
O pedido de apoio teria sido feito durante a visita de Emanuel à Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira (14). O prefeito esteve com o deputado Eduardo Botelho (DEM), presidente da Mesa Diretora, mas saiu sem conversar com a imprensa.
Após a reunião, nos corredores da Assembleia a intervenção, nos moldes da realizada pelo governo do Estado nos Hospitais Regionais antes comandados por Organizações Sociais de Saúde (OSS), já é dada como certa. Os atendimentos na Santa Casa estão paralisados desde segunda-feira (11).
Um dos deputados que defendem a intervenção da prefeitura é o ex-vereador pela Capital Paulo Araújo (PP). A avaliação dele é a de que apenas investir mais dinheiro público na unidade não resolverá o problema do hospital. Segundo ele, o Parlamento estadual agora vai discutir de que forma pode apoiar Emanuel Pinheiro.
Ainda de acordo com o deputado, nos próximos dias, o prefeito deve ir à Brasília buscar auxílio também do governo Federal. “O que os dados mostram até o momento é uma insolvência da Santa Casa, uma falência. O que está sendo proposto é uma intervenção para que se normalize do ponto de vista gerencial”, disse o parlamentar.
Paulo Araújo ainda comparou a Santa Casa a outros filantrópicos, como o Hospital do Câncer (HCan), o Hospital Geral (HG) e o Santa Helena. Segundo ele, recentemente nenhuma das unidades têm passado dificuldade financeira extrema. “É o mesmo contrato de prestação de serviço com o Município. É claro que temos um problema pontual com a Santa Casa”, reforçou.
O presidente da Assembleia, deputado Eduardo Botelho, disse que a intervenção poderia ser nos moldes com a que foi feita na Santa Casa de Campo Grande, em que a unidade hospitalar acabou sendo salva por uma ação de intervenção do Poder Público.
Segundo ele, a ideia é reunir o Estado, União e Prefeitura precisam se unir, já que juntos as três esferas de Poder têm o dinheiro necessário para restabelecer financeiramente o hospital. Confirmou a ida de uma comitiva de Mato Grosso à Brasília para buscar novos recursos e defendeu que nenhuma medida emergencial pode ser feita para mudar a situação, já que há um déficit de R$ 800 mil/mês. “Temos que achar uma solução para acabar com esse déficit, rápido todo mundo quer. Mas, precisamos de R$ 80 milhões para pagar o déficit que já tem lá. Ninguém tem [esse dinheiro]”, argumentou.
Ao deixar a reunião, o prefeito Emanuel Pinheiro se limitou a dizer que recebeu apoio político dos deputados, mas que todos os detalhes sobre o assunto serão repassados à imprensa nesta sexta-feira.
A Assembleia Legislativa realizará uma audiência pública no próximo dia 25 de março sobre o mesmo tema.