Quatro de Julho. Nesta data, todos os anos, os norte-americanos se colorem de vermelho e azul para celebrar o dia mais importante dos Estados Unidos, que marca a independência do país. As famílias se unem e há desfiles nas ruas, numa manifestação de civismo e patriotismo.
Nascido em Seattle, Washington, Corey James Bunch, 44 anos, sempre foi um desses americanos fieis às comemorações de 4 de Julho. Mas, há alguns anos, está morando no Brasil e em 2018 está passando o feriado com a casa decorada de verde e amarelo, no clima de Copa do Mundo. Como ele mesmo disse, o coração já é brasileiro e ele torce pela seleção canarinha (mesmo porque os EUA não se classificaram para a Copa da Rússia).
Corey veio a primeira vez para o Brasil em 1974, junto aos pais, que – assim como ele é hoje – eram missionários da Igreja Unidade em Cristo. Ele cresceu no Brasil, falando o que ele chama de “portuinglês”. Mesmo tendo a chácara dos missionários americanos, onde ele poderia estudar em inglês, seus pais optaram por colocar os filhos em escolas brasileiras, para que convivessem com o português, com o povo e com a cultura do país.
De tempos em tempos eles retornavam para os Estados Unidos, passavam um ano e retornavam para missões no Brasil. Mais tarde, ele passou alguns anos em seu país de origem e, depois, quando retornou ao Brasil, conheceu uma brasileira – que cresceu em Pontes e Lacerda (MT) -, com quem se casou. Juntos, eles moraram por 10 anos nos Estados Unidos e, em 2014, retornaram para o país tropical.
Quando veio para o Brasil pela primeira vez, Corey morou em Uberlândia (MG), depois a família veio para Cuiabá e, atualmente, mora em Pontes e Lacerda. Porém, sua filha segue morando na Capital mato-grossense, junto aos avôs maternos, visto que está estudando na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Mesmo com tantos anos no Brasil, Corey sente falta do 4 de Julho dos EUA. Ele contou ao LIVRE que a data é muito importante para todos os norte-americanos.
“Só tem duas vezes no ano que você pode soltar fogos artificiais nos Estados Unidos: no 4 de Julho e no Ano Novo. Então no 4 de Julho têm aquelas barracas de fogos esparramadas por todo lugar. Tem a tradição de comprar muitos fogos e à noite se reunir com a família, os amigos e os vizinhos”, contou o missionário.
Além dessa alegria e da energia de união, Corey também sente falta da comida: o churrasco americano, os doces típicos da época, o famoso cachorro quente, que no 4 de Julho inclusive se torna estrela de campeonatos de quem come mais desses sanduíches.
“O que eu pessoalmente amava fazer era ir para o rodeio. Existe a tradição de ir com a família, lá tinha uma exposição de fogos, o rodeio lá era bem familiar. A região que eu morava lá tinham uns rodeios muito bacanas, então às vezes nós fazíamos isso e às vezes nos reuníamos com os vizinhos na rua”, lembrou Corey.
Em 4 de julho é verão nos Estados Unidos, então muitas famílias aproveitam para se reunir em parques e aguardar os fogos, o ponto alto do dia. Além de, como nós brasileiros vemos em filmes, os desfiles de 4 de Julho – com os militares, que se assemelham aos nossos de 7 de Setembro, mas, na maioria das vezes, em uma dimensão maior, devido ao patriotismo nato dos norte-americanos.
Até mesmo a esposa de Corey, durante o período em que morou nos Estados Unidos, entendeu a importância e passou a também amar a data. Lá, eles decoravam as casas com bandeiras e bandeirolas vermelho e azul, tanto por dentro, quanto por fora, e se reuniam como uma família tradicional do país, com doces e bolos da época.
Há quatro anos no Brasil, eles já não comemoram como antes. “A gente celebrava mais lá mesmo. Principalmente agora na Copa, só tem verde e amarelo, não tem azul e vermelho. O coração já é brasileiro, aprendi a amar o Brasil, o povo, que é muito amoroso, a cultura e principalmente a comida: ô comida gostosa a brasileira”, disse Corey aos risos.
Apesar de já serem apaixonados pelo país, a família ainda sente falta dos Estados Unidos e planeja uma visita em breve, torcendo para que, se for no ano que vem, consigam ir próximo ao 4 de Julho, para, mais uma vez, comemorar a independência dos Estados Unidos.
