José Cruz/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), prevê um cenário fragmentado nas eleições presidenciais deste ano, inclusive no campo mais ao centro. Meirelles, que avalia entrar na disputa pela Presidência da República, pode concorrer com outros nomes da base aliada do governo, como o também pré-candidato Rodrigo Maia (DEM), que é presidente da Câmara Federal. O PSDB já trabalha na pré-candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e ensaia romper com o governo federal.
“Uma união completa em torno de um candidato seria uma coisa um pouco artificial, um pouco forçado. Nós vivemos em uma democracia e o povo tem o direito de escolher”, comentou o ministro, em entrevista coletiva no evento Gazeta Agro, em Cuiabá, na manhã desta segunda-feira (12).
“Excesso de candidato não é bom. Mas também forçar que só tenha os extremos e apenas um que não seja de extremos. Talvez não seja o que a população queira para ter a oportunidade de escolher. Mas vamos conversar e fazer a construção de uma candidatura forte”, completou.
O ministro disse que vai aguardar melhor definição do cenário e resultados de conversações partidárias para decidir se deixa o cargo até 7 de abril, prazo para desincompatibilização de quem quer ser candidato neste ano. “Estamos conversando com partidos, com líderes, avaliando uma série de pesquisas, porque eu sempre tomo minhas decisões com muita seriedade”, disse.
No evento, Meirelles citou números positivos e disse que o país está em recuperação econômica. À imprensa, o pré-candidato disse que considera necessário manter o rumo da economia. “O Brasil cresceu no ano passado, vai crescer mais ainda no ano que vem e vai crescer por muitos anos. É isso que temos que assegurar. Para isso é fundamental que o povo brasileiro faça boas escolhas, para o Brasil voltar a crescer e não entrar novamente em recessão e desemprego. É importante seguir esse caminho. Teremos uma eleição muito importante este ano”, declarou.
“Antes, o governo brasileiro estava gastando muito mais do que ganhava e tomando dinheiro emprestado de banco para pagar dívida e gastar mais ainda. O governo tem que gastar com eficiência e é isso que está sendo feito com as reformas. Vamos seguir em frente para garantir que cada vez mais o dinheiro seja usado bem para gerar retorno para o povo”, prometeu.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP-MT), disse à imprensa que considera Meirelles um bom pré-candidato à Presidência. “A contribuição dele na economia foi bastante grande. Se fosse em outro tempo… Fernando Henrique foi ministro da economia no Plano Real e acabou virando presidente da República. Os tempos são outros, mas ele tem handicap (vantagem) para isso”, afirmou.
