Principal

El País traz série de reportagens sobre o poder em Mato Grosso

4 minutos de leitura
El País traz série de reportagens sobre o poder em Mato Grosso

José Medeiros/Gcom

Posse Pedro Taques faixa Silval Barbosa

Silval Barbosa transmite o cargo de governador a Pedro Taques: escândalos no Estado seguem o ritmo acelerado do país, afirma jornal europeu

A edição brasileira do jornal espanhol El País publicou, entre esta terça-feira e quarta-feira (23 e 24), uma série de reportagens sobre os escândalos do poder em Mato Grosso. O jornalista Afonso Benites, que veio a Cuiabá na semana passada, descreveu o clima de “paranoia política” que tomou conta do Estado. “Basta um avião da Polícia Federal pousar em Cuiabá para dezenas de autoridades, jornalistas e blogueiros locais começarem a discutir quem será o próximo preso”, definiu.

A primeira matéria, “Poder, sexo e milhares de grampos ilegais: Mato Grosso mergulha na paranoia política”, abordou o caso dos grampos ilegais que abalou o governo Pedro Taques (PSDB). “A narrativa em torno dos grampos clandestinos investigados nos últimos seis meses é típica de uma trama cinematográfica. Envolve dinheiro, poder e sexo”, narrou o jornalista.

A reportagem resumiu o desenrolar do escândalo dos grampos, que iniciou com a denúncia do promotor Mauro Zaque e veio à tona em maio, com a exoneração de Paulo Zamar Taques da Casa Civil – hoje preso com mais nove pessoas, suspeito de comandar o suposto esquema.

No texto, Pedro Taques foi descrito como um “ex-procurador conhecido por prender barões do crime”, que hoje é alvo de investigações para saber se ele mesmo não seria autor de um esquema que grampeou a cúpula de poder de Mato Grosso. Enquanto isso, “Pedro Taques segue uma rotina de governador populista” se empenhando na Caravana da Transformação.

Silval e Riva
A segunda reportagem, “Mato Grosso, o Estado rico onde os escândalos políticos ‘monstruosos’ se sucedem”, contou a trajetória de José Riva e Silval Barbosa (PMDB) na política estadual. O jornal traçou um paralelo entre a força da economia do Estado – que vai bem, enquanto o Brasil vai mal – com o aumento do número de escândalos políticos – esses, sim, seguem em ritmo acelerado como os escândalos nacionais.

“Deputados filmados carregando dinheiro de propina. Governadores investigados por esquemas de distribuição de recursos ilícitos. Conselheiros de Tribunal de Contas afastados judicialmente. Uma gama de irregularidades que acaba transformando o ainda próspero Estado em um retrato do país”, comparou.

A reportagem resumiu a trajetória de Riva, os esquemas de corrupção e seus processos, que o impediram de concorrer ao governo estadual nas eleições de 2014, quando foi enquadrado como ficha-suja. “Quem conhece a política local tem uma frase na ponta da língua: para entender a política mato-grossense é preciso compreender Riva”, disse.

“Hoje é considerado o maior ficha-suja do país com mais de uma centena de processos judiciais. Já foi preso quatro vezes. Foi condenado a 21 anos de prisão por lavagem de dinheiro ao desviar 5 milhões de reais da Assembleia Legislativa e aguarda em liberdade o julgamento de seus outros casos.”

A reportagem descreveu Silval como um deputado que “representava os empresários dos garimpos da região norte do Estado” quando se aproximou de Riva. Abordou a delação do ex-governador e citou que o esquema de mensalinho teria sido implantado pelo seu antecessor, hoje ministro Blairo Maggi (PP).

Uma entrevista com o historiador e analista político Alfredo da Mota Menezes encerrou a série.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes