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Efeito da chuva: 72 animais silvestres foram capturados em áreas urbanas de MT

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Efeito da chuva: 72 animais silvestres foram capturados em áreas urbanas de MT

A sucuri de quatro metros que apareceu em Várzea Grande na última terça-feira (26) não foi o primeiro e, provavelmente, não vai ser o último animal silvestre capturado pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBM) em áreas urbanas em 2019. Segundo dados da corporação, outros 71 animais passaram pela mesma situação desde que o ano começou.

A incidência de animais silvestres em área urbana é uma característica do período de chuva, que se estende até maio, e merece atenção por parte da população. Nesta quinta-feira (28), uma falsa-coral foi capturada pelo 10º CIBM dentro de uma sala do Posto de Saúde Mario Raiter, em Sorriso (400 km), e levada para um local seguro e distante da cidade.

Conforme relatório dos Bombeiros, 792 “animais agressivos” foram capturados em Mato Grosso durante 2018. O levantamento inclui, no entanto, alguns cães. Já os números das capturas ocorridas neste ano não contempla as ocorrências de insetos agressivos, o que, segundo a corporação, faria o volume ser ainda maior.

“Esse período chuvoso é a época que esses animais mais aparecem. O habitat geralmente alaga e eles procuram novos abrigos. Como nós moramos numa Capital com áreas de preservação, a incidência é ainda mais frequente”, explica o tenente Teodoro, militar especialista no assunto.

O relatório especifica jacarés, onças, serpentes e “outros”. De acordo com Teodoro, o animal mais frequente nas ocorrências atendidas pelos Bombeiros são as cobras. “Principalmente jiboias e sucuris. Outros animais são mais as capivaras e os jacarés. A capivara a gente só captura se ela estiver oferendo algum risco, porque tem em todo lugar”, explica.

“Os mais perigosos são os peçonhentos [venenosos], porque são mais agressivos. Serpentes, escorpiões, aranhas. Mas todos têm algum risco. A jiboia que não tem veneno, por exemplo, mas se alimenta de animais em estado de putrefação e a mordida pode, além de causar muita dor, inflamar e gerar uma série de complicações”, complementa.

Tamanduá-mirim em postura defensiva

Não abrace o Tamanduá

De acordo com o tenente Teodoro, comportamentos adequados ajudam a evitar ataques, já que, em processo de urbanização, é a população humana quem invade o habitar dos animais. “Se a pessoa identificou um animal silvestre, ela deve acionar o Corpo de Bombeiros pelo 193 para que a equipe faça a adequada captura do animal e o devolva à natureza. Até que a guarnição esteja no local, o indicado é deixar o animal estático, no canto dele. De maneira alguma você deve se aproximar ou fazer a captura, pelo risco de acidente”, orienta.

No caso de ataque, principalmente de animais peçonhentos, o militar explica que tentar manter a calma é a principal medida a ser tomada. “É preciso, primeiramente, manter a calma e se dirigir a uma unidade de saúde imediatamente. O local da ferida deve ficar elevado. Se a pessoa fica muito nervosa, o coração bate mais rápido e, consequentemente, o sangue com o veneno também vai circular mais rápido pelo corpo”.

De acordo com Teodoro, no caso de picada, também é importante levar o animal junto para que o médico consiga identificar soros específicos, que têm melhor efeito. Por isso, também a se faz importante a presença do CBM no local. Além disso, matar o animal nunca é indicado. Conhecer as características desses animais também é importante para evitar atitudes equivocadas.

“O tamanduá, por exemplo, parece ser um bichinho dócil, mas de dócil não tem nada. Se ele se sentir ameaçado, ele não vai atacar porque ele não tem essa postura, mas vai se defender. Ele vai abrir os braços como se quisesse te dar um abraço e é isso mesmo que ele quer. E vai ser um abraço bem apertado, com garras de 15 centímetros, que vão entrar em você”, afirma o tenente.

Além disso, as aparições podem ser evitadas à longo prazo. “Os animais, geralmente, aparecem a procura de alimento, que são ratos e coisas do tipo. Então, a longo prazo, o ideal é tentar manter os locais sempre limpos, sem folhas e fazer o controle de pragas que possam atrair esses animais. A lacraia, um animal que tem muito na cidade, por exemplo, é carnívora. Se a residência tem barata, vai ter lacraia e escorpião”, finaliza.

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