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É possível despoluir os rios urbanos; listamos os melhores exemplos do mundo

Uma fonte de inspiração para os políticos brasileiros, você não acha?

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É possível despoluir os rios urbanos; listamos os melhores exemplos do mundo

Entra eleição, sai eleição e os moradores da principal metrópoles do país, São Paulo, ouvem a mesma promessa: despoluir o rio Tietê, que cruza a cidade em duas marginais. Décadas se passaram e praticamente nada foi feito.

Atualmente, os 500 maiores rios do planeta enfrentam problemas com a poluição, segundo dados da Comissão Mundial de Águas.

Mas, felizmente, existem exemplos inspiradores em outros países.

Rio Sena – Paris, França

O principal rio parisiense, o Sena, sofreu por anos com a toxicidade da poluição que o atingia. Seu estado lastimável, desde a década de 1920 o fez motivo de preocupação ambiental.

Foi apenas em 1960 que os franceses passaram a investir na revitalização do local, construindo estações de tratamento de esgoto.

Hoje, existem cerca de 30 espécies de peixes no rio, mas o processo para que isso acontecesse foi lento.

Rio Tâmisa – Londres, Reino Unido

Outro grande rio europeu que sofreu por anos com a poluição causada por esgoto foi o Tâmisa. Com quase 350 km de extensão, as águas deixaram de ser consideradas potáveis ainda em 1610, por conta da falta de saneamento básico da Inglaterra.

Na época, ocorriam até mortes por cólera. Em 1858, reuniões parlamentares chegaram a ser suspensas por conta do mau cheiro das águas. A situação levou os governantes a pensar em resgatar a vida do rio.

Alternativas desastradas – como coletar o esgoto num ponto e despejá-lo no próprio rio, um pouco mais distante da cidade -, obviamente, não surtiram efeito.

Apenas entre 1964 e 1984 novas ações de revitalização (de verdade) começaram a dar resultado. Foram criadas duas estações de tratamento de esgoto com investimentos de £ 200 milhões (libras esterlinas).

Quinze anos depois, um incinerador passou a dar destino aos sedimentos vindos do tratamento das águas, gerando energia para as duas estações.

Fora isso, hoje, dois barcos percorrem o Tâmisa de segunda a sexta, retirando em média 30 toneladas de lixo por dia.

Rio Cheonggyecheon – Seul, Coreia do Sul

Em apenas quatro anos, a Coreia do Sul conseguiu despoluir todos os 5,8 km do rio que corta a grande metrópole de Seul. Hoje, o Cheonggyecheon conta com cascatas, fontes, peixes e é ponto de encontro para todas as faixas etárias.

Seu renascimento começou em julho de 2003, quando o governo da cidade implodiu um enorme viaduto (de cerca de 620 mil toneladas de concreto) que ficava sobre o rio.

Paralelamente, deu-se início a um grande projeto de transporte público, além da construção de diversos parques lineares que aumentaram a quantidade de áreas verdes nas ruas.

Todas essas medidas melhoraram a qualidade de vida dos habitantes das cidades.

Rio Reno – várias cidades da Europa

Com cerca de 1,3 mil km de extensão, o rio Reno nasce nos Alpes Suíços e banha seis países europeus, até desaguar no Mar do Norte, na Holanda. E durante muitos anos, ele recebeu dejetos de zonas industriais.

Um dos principais casos de contaminação aconteceu em 1986, quando 20 toneladas de substâncias altamente tóxicas foram despejadas no rio por uma empresa suíça.

Com o ocorrido, o governos das cidades banhadas pelo Reno se reuniram e criaram o Programa de Ação para o Reno. Isso ocorreu em 1987, investindo mais de US$ 15 bilhões em sua recuperação, que contou com a construção de estações de tratamento de água.

O resultado hoje é que 95% dos esgotos das empresas é tratado e existem 63 espécies de peixes vivendo ali.

Rio Cuyahoga – Cleveland, Estados Unidos

Localizado no Estado de Ohio, com 160 km de extensão, o Cuyahoga é parte fundamental do ecossistema da região, sendo lar e fonte de sustento de diversos animais. Mas isso é novidade.

Devido à atividade industrial maciça e o esgoto residencial da região localizada entre Akron e Cleveland, o rio já foi bastante poluído. Em junho de 1969, por exemplo, uma mancha de óleo e outros produtos químicos chegaram a incendiá-lo.

Em 1972 foi que os governantes decidiram revitalizar o rio. Assim, Cleveland investiu mais de US$ 3,5 bilhões para purificar as águas do Cuyahoga.

Atualmente, a previsão é de que sejam investidos mais US$ 5 bilhões nos próximos 30 anos para manter o bom estado do rio.

Seria ótimo se os políticos brasileiros se inspirassem nessas histórias de sucesso e replicassem essas experiências por aqui, não é mesmo?

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