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“Doutor Bumbum” tem novo pedido de liberdade negado pela Justiça

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“Doutor Bumbum” tem novo pedido de liberdade negado pela Justiça
(Foto: Reprodução/O Livre)

Acusado de negligência e responsabilizado pela morte da bancária cuiabana Lilian Calixto, o “Dr. Bumbum”, como é conhecido o médico Denis Furtado, teve mais um pedido de liberdade negado pela Primeira Vara Criminal do Rio de Janeiro. A decisão é do dia 5 deste mês, mas foi publicada nesta semana.

Conforme o processo, a defesa do médico pediu a revogação da prisão preventiva, decretada pela Justiça em agosto, ou a aplicação de medidas cautelares diferentes. O Ministério Público do Estado (MPE), que ofereceu denúncia contra o médico, no entanto, manifestou-se contra o pedido.

Ao negar a liberdade para Denis Furtado, a juíza Viviane Ramos de Faria, observou que “a defesa não trouxe aos autos nenhum elemento que alterasse a situação do acusado” – e que, por isso, os motivos que determinaram a prisão preventiva permanecem válidos.

[featured_paragraph]“Além do mais, a instrução criminal encontra-se ainda em fase inicial, não tendo sido ouvidas nenhuma das testemunhas sob o crivo do contraditório”, completou a juíza.[/featured_paragraph]

A magistrada ainda observou em sua decisão que tanto a mãe do acusado, a médica Maria de Fátima Barros Furtado, quanto a namorada, Renata Fernandes Cirne, que era secretária do médico, apresentaram resposta à acusação do MPE. Ambas conseguiram aguardar julgamento em liberdade. A ação também envolve a empregada doméstica Rosilane Pereira da Silva.

Este não é o primeiro pedido de liberdade negado ao médico. Logo após o caso que vitimou a bancária cuiabana Lilian Calixto, de 46 anos, Doutor Bumbum, ainda foragido, tentou apelar em liberdade depois que teve a prisão temporária decretada.

Ele também entrou com pedido de habeas corpus em agosto, quando as demais envolvidas foram soltas, mas a soltura do médico foi negada pelo desembargador José Roberto Lagranha Távora, da Sétima Câmara Criminal do Rio de Janeiro.

Silicone no bumbum

Lilian Calixto, de 46 anos, trabalhava como gerente bancária em Cuiabá e viajou para o Rio de Janeiro no dia 14 de julho para realizar a aplicação de polimetil-metacrilato (PMMA), um procedimento estético de implante de silicone no bumbum.

Segundo a família, ninguém, além de duas amigas, sabia sobre o procedimento. O filho de Lilian, Victor Calixto, de 24 anos, disse que a bancária apenas contou que faria um tratamento hormonal e que o procedimento seria realizado em Brasília (DF). No entanto, o local mudou em cima da hora.

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No Rio de Janeiro, Lilian foi para o apartamento de Doutor Bumbum, na Barra da Tijuca, no sábado pela manhã, conforme relatos do taxista que a deixou. Ela teria cedido a vez a outra paciente e, por isso, ficou para realizar o procedimento já no final da tarde.

Após a aplicação do produto, a mulher passou mal e precisou ser levada ao hospital. A mãe do Doutor Bumbum, Maria de Fátima Furtado – que é médica com registro cassado -, e a namorada dele, Renata Fernandes, acompanharam a paciente. Doutor Bumbum também foi flagrado pelas câmeras do hospital ajudando-a a sair do carro.

Quando chegou na unidade médica, Lilian já estaria com quadro de taquicardia, sudorese intensa e hipotensão. No hospital, o quadro clínico se agravou rapidamente e a bancária acabou sofrendo quatro paradas cardíacas, vindo a morrer em seguida. Laudo do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que a morte foi em decorrência de uma embolia pulmonar. O corpo de Lilian foi trazido para Cuiabá e enterrado na quarta-feira (18).

O caso da bancária foi investigado pela 16ª Delegacia de Polícia do RJ, que encontrou diversos outros pacientes que relataram a prática da cirurgia sendo realizada no apartamento do médico. Também se descobriu que nem Denis nem sua mãe teriam registro profissional válidos no estado.

Logo após o caso, na madrugada da segunda-feira seguinte (17), doutor Bumbum foragiu. Ele foi preso ao final da semana, dentro de um centro comercial na Barra da Tijuca – mesmo bairro onde realizou o procedimento estético que culminou na morte da bancária Lilian Calixto.

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