Pessoas diagnosticadas com cefaleia – também conhecida como enxaqueca – tem relatado mais crises durante o período de isolamento social. A afirmação é da neurologista Célia Roesler, secretária do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
E, segundo ela, o motivo pode ser justamente a quarentena ou, mais especificamente, a mudança na rotina das pessoas, desde que fomos obrigados a passara mais tempo em casas, para evitar o contágio pelo novo coronavírus.
Em entrevista à Agencia Brasil, a médica disse que um indivíduo diagnosticado com cefaleia não pode sair muito da rotina.
“Com a pandemia, eles estão comendo diferente, com o sono desregulado, ingerindo alimentos mais calóricos e não estão fazendo atividades físicas. Além disso, há também o estresse, o sentimento de incerteza e a angústia de ficar o tempo todo dentro de casa”, explica a neurologista.
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A doula e educadora perinatal Laura Muller é exemplo de alguém que viu suas crises voltarem durante este período.
“Tive muito problema de cefaleia na minha adolescência e no início da fase adulta fiz um tratamento com acupuntura e nunca mais tive. Não sou de reclamar de dor de cabeça, é muito difícil, mas este ano já tive várias crises, uma dor incômoda, impressionante”, ela contou.
15% dos brasileiros
De acordo com o Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia, a doença é a segunda mais comum na humanidade. Atinge, aproximadamente, 15% da população brasileira, ou seja, cerca de 30 milhões de pessoas.
Pacientes mais graves descrevem a sensação da dor como incapacitante. Por isso, patologia causa um grande impacto socioeconômico. É um dos principais motivos para faltas ao trabalho.
Célia Roesler afirma que, quando um paciente apresenta três ou mais episódios de dor de cabeça por mês, durante três meses seguidos, é indispensável a procura por ajuda especializada.
E a automedicação é totalmente contraindicada, pois o uso constante e excessivo de analgésicos pode tornar a dor crônica.
Cefaleia ou enxaqueca?
De acordo com o site Pfizer, a popular enxaqueca é apenas um dos cerca de 150 tipos de cefaleia que existem.
Costuma ser descrita como uma dor latejante em um dos lados da cabeça, que aumenta aos poucos.
Além da dor, a pessoa pode sentir fotofobia (aversão a luz) e fonofobia (aversão ao som). Também ficar com a visão turva ou enxergar pontos luminosos, um sintoma que pode provocar ainda náuseas e vômitos.
Em geral, as mulheres são mais afetadas pelas enxaquecas.
Apesar de não existir cura, um acompanhamento médico e cuidado adequado podem melhorar a qualidade de vida de quem sofre com a doença.
(Com Agência Brasil)