Um homem de 35 anos foi preso nessa segunda-feira (28) acusado de agredir uma mulher de 40 anos que ele chamava de empregada doméstica, mas, na realidade, tratava como uma escrava.
O caso aconteceu no Bairro Parque Cuiabá, em Cuiabá, e foi descoberto depois que o suspeito espancou a vítima acusando-a de ter roubado R$ 50 dele.
A Polícia Militar foi acionada com a denúncia de que uma mulher estaria vivendo em cárcere privado e teria sido espancada durante a madrugada dessa segunda-feira (28).
Equipes da Polícia Militar foram até a casa na Rua I5 e chamaram pelo nome citado na denúncia. Uma mulher apareceu na porta chorando e a equipe pediu que ela se aproximasse para contar o que estava acontecendo. Porém, por medo, ela não saiu da casa.
Conforme o boletim de ocorrência, o suspeito se aproximou e disse que os policiais não entrariam na casa dele sem mandado judicial.
Com muita insistência, ele deixou a mulher sair para conversar com a polícia, aos prantos e tremendo de medo.
Somente depois que os militares conseguiram acalmá-la, a mulher disse que o patrão a havia espancado, acusando-a de ter roubado R$ 50 dele.
Devido ao espancamento, ela ficou com várias lesões nas costas, nos braços e na cabeça.
A mulher contou ainda que presta serviço na casa do suspeito há aproximadamente quatro anos, em troca de alimentação e moradia, sem nunca ter recebido qualquer quantia em dinheiro pelo trabalho, e que não conseguia sair dessa situação por temer por sua vida, já que o homem afirma ser uma das lideranças de uma facção criminosa.
Após a vítima contar sobre o espancamento, o cárcere privado e a situação análoga a trabalho escravo, o suspeito foi preso.
Dentro da casa os policiais encontraram uma espingarda de pressão adulterada, R$ 2.079 em espécie, 12 porções de pasta-base, uma porção média de cocaína e 10 munições calibre 380 intactas.
Na área externa da residência ainda foi encontrada uma balança de precisão, uma porção média de pasta-base de cocaína e uma porção grande de ácido bórico.
Como a vítima estava com lesões graves, ela foi encaminhada para a Policlínica do Coxipó e, posteriormente, para o Pronto-Socorro de Cuiabá, onde ficou internada sob cuidados médicos.
O caso foi registrado como redução a condição análoga à de escravo, lesão corporal, porte ilegal de arma de fogo, tráfico ilícito de drogas, sequestro e cárcere privado.