Política

Disputas individuais voltam a minar projeto eleitoral de partidos à esquerda em MT

Algumas siglas formam um mesmo grupo em federação, mas sem superar rusgas

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Disputas individuais voltam a minar projeto eleitoral de partidos à esquerda em MT
(Foto: Reprodução)

Partidos à esquerda em Mato Grosso não conseguem superar as diferenças entre si e voltam a cometer erros das últimas eleições nas suas estratégias para 2022.  

Apesar de PT, PV e PCdoB estarem juntos em federação, as rusgas internas já apontam para fragmentação. Os motivos justificados pelos filiados são de fazer valer o peso da sigla maior no grupo (PT) e o moldar um perfil para o palanque de Lula. 

Porém, nos bastidores a avaliação é que os motivos das desavenças são interesses particulares de algumas figuras. Por exemplo, a preparação do deputado estadual Lúdio Cabral (PT) paras eleições municipais de 2024 e o interesse do vice-prefeito José Roberto Stopa (PV), também em ser candidato à Prefeitura de Cuiabá. 

Na disputa de forças, o PCdoB ficou para escanteio, e correndo por fora contribui para a situação a resistência do presidente do PSB em Mato Grosso, deputado estadual Max Russi, em abrir palanque para Lula. 

“A federação de cima pra baixo parece um fator novo nas eleições, mas no caso dos partidos de esquerda em Mato Grosso ela não contribuiu pra muita coisa, seja para unir os partidos ou por imposição de grupo que se gostam. A situação é mais antiga”, diz o cientista político João Edisom. 

O cientista afirma que historicamente a esquerda em Mato Grosso é composta por políticos com perfil mais personalista do que nos partidos. Ou seja, as articulações tendem mais a assegurar o projeto de uma pessoa do que do grupo. 

“A esquerda de partidos sem partidários. Alguém que acha que tem mais peso que o próprio partido e luta por impor a sua ideia. Isso já aconteceu neste ano. O PT, por exemplo, resistiu ao vice-prefeito Stopa, mas fez descer goela a baixo um professor universitário, que não peso nenhum eleitoralmente”, comenta. 

Em 2018, o grupo já havia se divido no apoio para os candidatos ao governo. Os partidos à esquerda participaram das campanhas de dois candidatos – Mauro Mendes, Pedro Taques – e o PSOL, considerado o mais à esquerda deles, teve chapa pura. 

As datas podem retroceder mais. João Edisom afirma que nenhum partido de esquerda conseguiu vencer as eleições ao governo em Mato Grosso nas últimas décadas. O mais próximo foi a eleição de Pedro Taques, em 2014, pelo PDT. Porém, o então deixou a sigla na primeira janela partidária, para se afastar de conflitos.  

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