O diretório do Partido Progressista em Cuiabá convidou o conselheiro Antonio Joaquim, presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), para se filiar e encabeçar uma chapa para a disputa ao governo do Estado em 2018.
A decisão foi tomada em convenção realizada pelo partido na sexta-feira, 17. De acordo com o secretário geral do diretório, Euzébio Diniz, o grupo defende que o partido, que hoje integra a base do governador Pedro Taques, tenha candidatura própria.
“Precisamos ter um nome pra disputar as eleições de 2018 e vemos no conselheiro o nome ideal com os requisitos necessários para enfrentar a disputa eleitoral e para fazer um governo com resultados efetivos para a população”, disse, ao LIVRE.
De acordo com Diniz, a avaliação do diretório municipal é de que a gestão Taques está na “mesmice”. “Há uma paralisação do Estado como um todo”, criticou.
O convite foi encaminhado. Até o momento, o conselheiro confirma apenas que irá deixar o tribunal e retornar à política. O LIVRE apurou que, além do PP, Antonio Joaquim recebeu uma sondagem do PTB, mas ainda não se decidiu.
Babel
O discurso e o posicionamento do diretório da capital se encaixam no cenário confuso estabelecido nos bastidores da agremiação em 2017. Recentemente, lideranças deram declarações conflitantes sobre o futuro.
Há pouco mais de um mês, o deputado federal Ezequiel Fonseca, presidente estadual da sigla, flertou com a oposição ao qualificar o governo Taques como “um fracasso”.
Na ocasião, ele defendeu a indicação do Secretário de Política Agrícola do ministério, Neri Geller, para a a liderar a chapa do partido rumo ao Paiaguás. O maior cacique da legenda, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), questionou abertamente a ideia.
“Neri é um bom nome, mas tem densidade eleitoral para isso? Tem grupo político para isso? A eleição é para discutir no momento correto”, analisou Maggi, em entrevista recente ao LIVRE. Segundo Maggi, o lançamento da pré-candidatura é “na cabeça dele [Ezequiel]”. “Ele pensa assim como presidente do partido e tem todo o direito de pensar assim.”
Na semana passada, durante a Caravana da Transformação, Ezequiel amenizou o discurso e prometeu pedir desculpas a Pedro Taques, caso o governo cumpra a promessa de entregar uma lista de obras na região Oeste, onde está sua base eleitoral.
“Vocês têm que entender que política é assim, você tem que cobrar. Cobrou, começou a acontecer, você tem que falar”, disse ao LIVRE.