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Diretora conta histórias peculiares e dramas comuns

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Diretora conta histórias peculiares e dramas comuns

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Filhos da Lua na Terra do Sol

Imagem do documentário “Filhos da Lua na Terra do Sol”, de Danielle Bertolini

 

O que teriam em comum pessoas com albinismo vivendo numa das cidades mais quentes do país e a violência contra a mulher sob o ponto de vista do agressor? Neste caso, além de serem dramas essencialmente humanos, também são contados pela mesma pessoa: a cineasta e diretora Daniele Bertolini. Os dois temas estão presentes em dois documentários dirigidos por ela.

“Filhos da Lua na Terra do Sol” conta a história de três personagens albinos que vivem em Cuiabá e mostra as dificuldades na convivência com o ambiente e com as pessoas da cidade sob uma perspectiva poética. Laudisseia, uma servidora pública do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Hélio, um agente de endemias, e Marcelo, um professor de música e atualmente no Instituto dos Cegos, são retratados em suas relações com a cidade. O filme tem 15 minutos de duração e foi financiado com recursos do Procine, edital lançado em 2015 pela prefeitura de Cuiabá com recursos municipais e também da Agência Nacional do Cinema (Ancine).

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Filhos da Lua na Terra do Sol

Filme mostra relação dos albinos com Cuiabá de maneira poética

 

A diretora começou a busca por seus personagens em uma conversa informal com a pediatra de seu filho durante uma consulta. A partir da indicação da médica, Daniele foi em busca de pessoas com essa condição genética e encontrou a Associação das Pessoas com Albinismo em Mato Grosso (APA/MT), que buscava local para se estabelecer. Ela acabou ajudando o grupo a se reunir em um museu de Cuiabá. Nas reuniões, foi possível observar os conflitos vividos por eles no dia a dia e avaliar quem teria disposição para estar no documentário.

O filme estreou na última quarta-feira (12), durante a Mostra Sesc de Cinema, realizada no Sesc Arsenal, em Cuiabá. Agora, o documentário segue a vida comum aos filmes brasileiros não ligados a grandes distribuidoras: será exibido em festivais – um na Itália e outro nos Estados Unidos estão previstos no roteiro. O próximo passo é negociar com canais de televisão, e depois chegar à internet.

Já em “De Volta para Casa”, lançado em 2015, a história acompanha João, um detento enquadrado pela lei Maria da Penha que sonha com o retorno para casa e com o reencontro com a esposa agredida e os filhos. A história busca mostrar as causas da violência doméstica, dando voz aos mais diversos personagens que fazem parte do emaranhado deste drama social. O filme está disponível na plataforma Videocamp, que reúne filmes que gerem questionamentos e tenham potencial para transformações sociais. Por meio da plataforma, “De Volta para Casa” está disponível para exibições públicas.

Mulher é temática constante
O tema da violência de gênero, tão discutido atualmente, não é exatamente novo para Bertolini. A diretora também atua, desde 2005, produzindo o festival “Tudo Sobre Mulheres”, realizado em Chapada dos Guimarães. Atualmente em um hiato, Danielle garante que busca novos recursos para realizar novas edições do festival.

Mais à frente, ela planeja retratar as negras de Vila Bela da Santíssima Trindade com o projeto “Somos Tereza de Benguela”, utilizando uma atriz convidada e mulheres comuns da cidade. O roteiro já foi trabalhado em um laboratório do Instituto de Cultura e Meio Ambiente (Icumam), em Goiânia (GO) e atualmente busca apoio em editais nacionais. “Quero brincar com as fronteiras entre o documentário e a ficção”, avisa Danielle.

Ednilson Aguiar/O Livre

 Daniele Bertolini Cineasta

A cineasta Danielle Bertolini

 

Formada em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), a cineasta retratou e passou a se envolver com Mato Grosso ainda na faculdade. O primeiro documentário assinado por ela, produzido em um laboratório da PUC, foi “Águas Encantadas do Pantanal”, um filme que mostra as lendas presentes no imaginário da Baía de Chacororé, em Barão de Melgaço.

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