O diretor do presídio de Água Boa (740 km de Cuiabá) foi exonerado do cargo após uma vistoria na unidade carcerária encontrar indícios de tortura, tratamento cruel, desumano e degradante aos presos.
A decisão, publicada no Diário Oficial do Estado que circulou na quarta-feira (18), ainda se estende a quatro policiais penais que foram removidos para outros municípios.
Os indícios de crime no local foram identificados pelo Grupo de Atuação Estratégica do Sistema Carcerário (Gaedic/Sistema Prisional) e a Corregedoria de Justiça.
A vistoria surpresa foi feita em julho. Na data da checagem, 624 presos estavam detidos em Água Boa.
Além do relato dos presos, os defensores públicos e juízes que vistoriaram o local, colheram imagens das lesões corporais nos detentos.
Em um relatório endereçado ao secretário Jean Carlos Gonçalves – com um pedido de investigação – a Defensoria Pública de Mato Grosso enfatizou existirem “relatos contundentes” da participação direta, além da conivência, do então diretor do presídio, nas práticas ilegais.
Esta não foi a primeira vez que um diretor de presído foi afastado do cargo por denúncias desse tipo. Em dezembro, o então diretor da unidade prisional de Sinop e alguns agentes sofreram sanções semelhantes.
Participaram da vistoria ao presído de Água Boa os defensores André Rossignolo, como coordenador do trabalho, Paulo Marquezini, Érico da Silveira e a defensora Giovanna Marielly Santos. Também os juízes Marcos Faleiros, Emerson Cajango e Eduardo Calmon de Almeida.
(Com Assessoria)