Em Cuiabá, vai faltar Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até para quem tem dinheiro para pagar. Desde o final de semana, o número de pacientes com covid-19 ou suspeita de infecção pelo novo coronavírus aumentou de forma exponencial.
Enquanto unidades públicas de saúde já anunciam um colapso, as particulares, apesar do silêncio, também enfrentam o mesmo cenário.
“Estamos caminhando para uma situação na qual dinheiro não fará a diferença”, afirma o diretor do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso, Djamir Soares.
Segundo ele, hospitais particulares estão sem espaço nos setores exclusivos para pacientes da covid-19 e ainda não têm pessoal suficiente para trabalhar.
Cerca de 50% dos enfermeiros que estão na linha de frente estão contaminados, conforme o sindicalista, e mesmo assim não podem se ausentar. Na verdade, têm sido submetidos a plantões extras, para que seja dado vazão ao fluxo.
Soares lembra que no início da pandemia, muitos estabelecimentos demitiram funcionários por conta da redução nos atendimentos – reflexo da resistência de pacientes de outras doenças em procurar auxílio médico. Agora, com o pico da covid-19 se aproximando, precisam recompor o quadro.
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Por esse motivo, empresários estão em busca das cooperativas de trabalhadores. Elas são a forma mais rápida e menos burocrática de atender a demanda, que não será pouca.
Um profissional, que preferiu não se identificar, conta que atua em uma unidade particular e, todos os dias, se depara com trabalhadores afastados.
Além dos que se contaminam no ofício, há os com doenças crônicas ou que possuem um parente dentro do grupo de risco para a covid-19.
“Tem gente que prefere perder o emprego, porque está com medo. Aqui no hospital está lotado”, afirma.
O que dizem os hospitais?
O Hospital Santa Rosa e o Complexo Hospital Cuiabá informaram, por meio de suas respectivas assessorias de imprensa, que não estão falando publicamente sobre a situação das UTIs.
Para todos dos contatados, o espaço continua aberto para manifestações.